ATA DA CENTÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 01.12.1997.

 


Ao primeiro dia do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, João Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Centésima Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 526 e 527/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 06/97, do Senhor Paulo Roberto Teixeira Guerra, Gerente do GETES/DEFIN, do BNDES; 215/97, do Coronel Hélio Lourenço Ceratti, da Delegacia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - ADESG/RS; 648/97, do Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; 1003/97, da Senhora Wrana Maria Panizzi, Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; 1509/97, da Senhora Vera Lúcia Martins Vianna, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF; 1763/97, do Senhor Eduardo de Mattos Hosannah, do Gabinete do Ministro do Trabalho; 2827 e 2832/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; s/nº, do Senhor Antônio Motter, Diretor-Presidente da Associação Gaúcha de Engenharia de Montagens e Instalações; Convites: do Senhor Jorge Luiz Gomes, Presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, para a Sessão de Abertura do III Congresso da Federação Nacional dos Engenheiros- CONSE - Desafios Profissionais para o Século XXI; do Deputado João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para o Grande Expediente em homenagem ao centenário de nascimento do Senhor Otto Ernst Meyer, fundador da Viação Aérea Rio-Grandense - VARIG; da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, para a reunião-almoço "Tá na Mesa", com o palestrante Luiz Fernando Ferreira Levy, Diretor da Gazeta Mercantil; do Senhor Daniel Tevah, Presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB, para a solenidade de inauguração do Centro Cultural e de comemoração do trigésimo quinto aniversário daquela Entidade; Fax do Senhor Juarez de Souza, Presidente da Câmara Municipal de Viamão/RS; Telegramas do Senhor Cézar Schirmer, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento/RS; do Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, Secretário de Estado da Justiça e da Segurança/RS. Após, o Vereador Adeli Sell solicitou a palavra para registrar o transcurso, hoje, do Dia Internacional de Combate à AIDS e solicitar o engajamento efetivo da Casa nas campanhas vigentes a respeito do assunto. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Ariberto Magedans, Presidente da Câmara Municipal de Teutônia, dos Senhores Airton Grave, Alfonso Décio Schneider, Márcio Vogel e Rosilea Lürsen, Vereadores da Cidade de Teutônia, e das Senhoras Yacha Golubcik e Ingrid Hauschild, respectivamente, Assessora do Departamento Jurídico e Secretária da Câmara Municipal de Teutônia. A seguir, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do Vereador Gerson Almeida, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97 seja retirado da Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Mauro Hidalgo Garcia, Presidente da Associação dos Inspetores e Agentes de Tributos Municipais de Porto Alegre - AIAMU, que discorreu sobre o trabalho realizado pela Entidade que preside e prestou informações acerca do lançamento de tributos, cobrança e execução da dívida ativa Municipal. Na ocasião, o Senhor Presidente convidou o Vereador Ariberto Magedan a integrar a Mesa dos trabalhos e registrou as presenças dos Senhores Nélson de Azambuja, César Sarmento, João Bretanha, Jairo Silva e Sandro Farias, respectivamente, Vice-Presidente, 1º Secretário, Diretor-Administrativo, Gerente-Administrativo e Diretor-Cultural da Associação dos Inspetores e Agentes de Tributos Municipais de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib externou sua solidariedade ao pronunciamento feito em Tribuna Popular pelo Senhor Mauro Hidalgo Garcia, tecendo considerações acerca das políticas salarial e tributária adotadas pelo Executivo Municipal de Porto Alegre. Na oportunidade, os Vereadores João Carlos Nedel, Cláudio Sebenelo e Gerson Almeida manifestaram-se acerca do assunto abordado em Tribuna Popular pelo Senhor Mauro Hidalgo Garcia, tendo o Vereador João Motta solicitado cópia dos apanhados taquigráficos do pronunciamento de Sua Senhoria. Também, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Milton Zuanazzi e concedeu a palavra ao Vereador João Dib, que, em nome da Casa, saudou os visitantes do Município de Teutônia. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para as comemorações a iniciarem no dia quatro de dezembro do corrente, relativas aos cinqüenta anos de atividade ininterrupta da Casa, e concedeu a palavra ao Senhor Ariberto Magedans, Presidente da Câmara Municipal de Teutônia, que, agradecendo a acolhida recebida da Casa, destacou a importância dos debates efetuados no sentido de buscar soluções para assuntos administrativos comuns a ambos os municípios. A seguir, o Senhor Presidente registrou ter sido efetuada troca de documentação e informações entre este Legislativo e o Legislativo do Município de Teutônia e o Vereador João Dib ofereceu exemplar do livro "O Poder do Vereador", de autoria do Senhor Fábio Nogueira Lemes, o qual foi entregue pelo Vereador João Carlos Nedel. Às quatorze horas e cinqüenta minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo reabertos, constatada a existência de "quorum", às quatorze horas e cinqüenta e um minutos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Cyro Martini, Lauro Hagemann e Elói Guimarães, e os Projetos de Lei do Legislativo nºs 205 e 181/97, este discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador João Motta, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria a ser votada durante a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão, registrando o transcurso, hoje, do Dia Internacional de Combate à AIDS, manifestou-se acerca da forma como essa doença vem se alastrando e analisou, em especial, questões referentes à propagação da AIDS junto à mulher e à criança. Neste sentido, defendeu a viabilização de políticas efetivas de assistência integral à mulher e à criança. Na oportunidade, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente informou ter sido retirada a aplicação do artigo 81 no referente ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Garcia registrou sua participação no 6º Congresso Nacional do PSB, relatando posições ali definidas por seu Partido, favoráveis a uma aliança nacional de centro-esquerda contra a política neoliberal. O Vereador Reginaldo Pujol registrou acampamento realizado pela juventude liberal no Município de Imbé. Comentou o encerramento, dia trinta de novembro do corrente, da I Bienal de Artes Visuais do MERCOSUL, destacando a importância deste evento para a cultura do Estado. Na ocasião, o Senhor Presidente cumprimentou os Vereadores Carlos Garcia e Reginaldo Pujol pelos eventos políticos organizados pelo PSB e pelo PFL, registrando ter sido o Vereador Reginaldo Pujol escolhido como representante, no Rio Grande do Sul, do Centro Cultural Carlos Lacerda. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo teceu considerações acerca do artigo "A Arquitetura do Espetáculo", do médico Pasqualino Laitano, publicado no Jornal do Comércio do dia vinte e oito do corrente, onde são criticadas políticas governamentais para a saúde, declarando que obras de saúde pública devem visar prioritariamente o atendimento concreto das necessidades da população. O Vereador Guilherme Barbosa analisou o Projeto de Lei nº 266, do Senador José Serra, que repassa aos Estados a responsabilidade pela concessão de serviços de saneamento básico, afirmando que tal projeto objetiva facilitar o processo de privatização desses serviços. Também, criticou a retirada, pelo Governo Federal, de recursos destinados à área de saneamento. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, o Vereador João Dib registrou o transcurso, hoje, do aniversário do Vereador Luiz Braz. Em continuidade, foi iniciada a votação dos Requerimentos. Foi aprovado Requerimento do Vereador João Motta, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 202/97 (Processo nº 3450/97) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Foi apregoado o Requerimento nº 291/97 (Processo nº 3625/97 - Moção de Apoio à Associação dos Serviços Municipais de Saneamento pela luta contra o Projeto de Lei 266), de autoria do Vereador Guilherme Barbosa, o qual teve sua votação transferida para viabilizar juntada de documentação referente ao assunto. Na ocasião, os Vereadores Isaac Ainhorn, Guilherme Barbosa, Cláudio Sebenelo e Antonio Hohlfeldt, através de Questões de Ordem, manifestaram-se acerca deste Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa, tendo o Senhor Presidente deferido Requerimentos verbais dos Vereadores Guilherme Barbosa e Antonio Hohlfeldt, para juntada de documentação ao mesmo. A seguir, foi apregoado Requerimento da Vereadora Tereza Franco, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, nos dias um, dois e três de dezembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Leão de Medeiros, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Também, foi apregoada declaração do Vereador Jocelin Azambuja, informando sua impossibilidade de assumir o exercício da vereança neste período. Foi aprovado o Requerimento nº 282/97 (Processo nº 3415/97 - Oitiva da Comissão de Constituição e Justiça acerca da legalidade do Requerimento nº 269/97), por dezessete votos SIM e treze votos NÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Juarez Pinheiro, Fernando Záchia, Luiz Braz, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol, João Dib, João Motta e Lauro Hagemann, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Paulo Brum, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas e Renato Guimarães e votando Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Leão de Medeiros. Na oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores João Dib, Nereu D'Ávila, Antonio Hohlfeldt, Juarez Pinheiro, Guilherme Barbosa, Luiz Braz e Reginaldo Pujol, prestou informações acerca da tramitação, na Casa, do Requerimento do Vereador Juarez Pinheiro, acima referido, e, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Pedro Ruas, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, João Dib, Guilherme Barbosa, Anamaria Negroni, Pedro Américo Leal, Nereu D'Ávila e Reginaldo Pujol, prestou esclarecimentos acerca do teor do Requerimento do Vereador Juarez Pinheiro, dos reflexos do mesmo sobre o Requerimento nº 269/97 e da contagem dos prazos legais referentes à Comissão Parlamentar de Inquérito constituída com a finalidade de apurar as atividades do Departamento Municipal de Habitação nos últimos cinco anos. Também, o Vereador Gerson Almeida prestou esclarecimentos acerca do pronunciamento do Vereador Luiz Braz, de encaminhamento à votação do Requerimento nº 282/97 e a Vereadora Maria do Rosário, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca desse pronunciamento do Vereador Luiz Braz. A seguir, o Vereador João Dib solicitou que a Comissão de Constituição e Justiça reúna-se ainda amanhã, a fim de analisar a legalidade do Requerimento nº 269/97 e o Vereador Guilherme Barbosa solicitou que, em vista das transmissões da TV - Câmara Municipal de Porto Alegre, seja prestada especial atenção no momento da identificação dos votos dos Senhores Vereadores na apreciação de projetos pela Casa. Ainda, o Senhor Presidente informou que, face à solicitação do Vereador João Dib, seria suspensa a contagem dos prazos da Comissão Parlamentar de Inquérito acima referida. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares, no dia de hoje, a partir das dezessete horas e vinte e cinco minutos, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Na ocasião, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Maria do Rosário, José Valdir, Fernando Záchia, Cláudio Sebenelo e Anamaria Negroni, o Senhor Presidente prestou informações acerca da efetividade dos Senhores Vereadores quando as substituições ocorrem após ter sido iniciado o período de Ordem do Dia. Foi aprovado Requerimento do Vereador João Motta, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 56/97 (Processo nº 3435/97) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, por vinte e dois votos SIM, cinco votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, João Motta, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Gerson Almeida, Anamaria Negroni e Reginaldo Pujol, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Carlos Nedel, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Sônia Santos, votando Não os Vereadores João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Gilberto Batista, optando pela Abstenção os Vereadores Cláudio Sebenelo e Leão de Medeiros e apresentando Declaração de Voto a Vereadora Anamaria Negroni. Na oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem do Vereador João Dib, prestou informações acerca da tramitação, na Casa, do Projeto <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>de Lei do Executivo nº 56/97 e dos reflexos do Requerimento do Vereador João Motta, acima referido, sobre Requerimento que solicita Comissão Especial para estudo deste Projeto. Também, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, após ser encaminhada à votação pelos Vereador João Dib. Após, o Vereador João Dib congratulou-se com o Vereador Clovis Ilgenfritz, pelo recebimento do Troféu "Destaque Político de 1997", concedido pelo Jornal CS Zona Sul. Foi aprovado Requerimento do Vereador João Motta, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 201/97 (Processo nº 3430/97) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 189/97, por vinte e nove votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Gilberto Batista e Leão de Medeiros. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 152/97, por vinte e cinco votos SIM, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Gilberto Batista e Leão de Medeiros. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Henrique Fontana, Secretário Municipal da Saúde. Em Discussão Geral, estiveram, em 2ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 02/97 e, em 3ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/97, este discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Isaac Ainhorn, Décio Schauren, Elói Guimarães, Cyro Martini, João Dib, Luiz Braz e Juarez Pinheiro. Durante a apreciação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/97, os Vereadores Anamaria Negroni e Adeli Sell cederam seus tempos de discussão para os Vereadores Isaac Ainhorn e João Dib, respectivamente. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença, na Casa, do Senhor Estilac Martins Xavier, Secretário Municipal de Obras e Viação e informou que amanhã, às dezesseis horas, será realizada reunião da Mesa Diretora e Lideranças da Casa para discussão do encaminhamento dos trabalhos durante este final de ano. Às dezenove horas e quarenta minutos, constatada a inexistência de "quorum" deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Ilgenfritz, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


<NSS>fprqsnextsnextsbknonepntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtaO SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Adeli Sell solicita a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, hoje é o Dia Internacional de Combate à AIDS e sabemos que essa enfermidade é um grave problema para a humanidade. Na semana passada o Ver. João Motta já fez um pronunciamento contundente sobre a doação de sangue. Eu consulto esta Presidência: se é possível neste mês que inicia a nossa Câmara se engajar a uma campanha desse tipo?

 

O SR. PRESIDENTE: Nós vamos consultar os demais membros da Mesa, mas não temos dúvidas, pelo menos de parte deste Presidente e do 1º Secretário, de que poderemos engajar a Câmara nessa campanha que V. Exa. está sugerindo.

Temos uma visita importante de Vereadores da cidade de Teotônia. Sugiro que, logo após a Tribuna Popular, possamos abrir um espaço para a Câmara daquela cidade. No momento, quero registrar a presença dos Srs. Ariberto Magedans, do PPB, Presidente da Câmara de Teotônia, Airton Grave, do PPB, Alfonso Décio Schneider, do PMDB, Márcio Vogel, do PMDB, Rosilea Lürsen, do PDT. É uma satisfação tê-los conosco. Ainda estão presentes Iacha Golubcik, do Departamento Jurídico, e Ingrid Hauschils, Secretária da Câmara. Sejam bem-vindos. Nós tivemos uma reunião almoço, com a Bancada do PPB, os Vers. Pedro Américo Leal, João Dib e João Carlos Nedel. Também foi muito agradável a troca de opiniões que tivemos com os Ilustres Vereadores, Assessor Jurídico e Secretária da Câmara de Teotônia.

Solicito ao Sr. 1º Secretário apregoar um Requerimento, de autoria do Ver. Gerson Almeida, apresentado à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento, de autoria do Ver. Gerson Almeida, solicitando seja retirado da Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal, o Processo 2440/97, PLCE 03/97.

 

O SR. PRESIDENTE: O Projeto se refere às questões fiscais. Foi apenas retirado o art.81, por deferimento deste Presidente.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular, hoje, será utilizada pela Associação dos Inspetores e Agentes de Tributos Municipais de Porto Alegre - AIAMU. Os assuntos são informações acerca do lançamento de tributos, da cobrança e da execução da dívida ativa Municipal.

Convidamos o Sr. Mauro Hidalgo Garcia, Presidente da Associação, para ocupar a tribuna.

Antes, queremos citar a presença do Sr. Nélson de Azambuja, Vice-Presidente da Associação; do Sr. César Sarmento, 1º Secretário; do Sr. João Bretanha, Diretor Administrativo; do Sr. Jairo Silva, Gerente Administrativo e do Sr. Sandro Farias, Diretor Cultural. Sejam bem-vindos a esta Casa.

O Sr. Mauro Hidalgo Garcia, Presidente da Associação, está com a palavra.

 

O SR. MAURO HIDALGO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente, cabe fazermos uma breve apresentação da AIAMU e suas mais recentes contribuições para a Cidade de Porto Alegre. Com isso estaremos prestando contas, ainda que resumidamente, de nossas atividades ao Legislativo Municipal. A história da Associação dos Inspetores e Agentes de Tributos Municipais está intimamente ligada à comunidade com a qual nós, Agentes da Receita Municipal, nos comprometemos a servir.

Temos demonstrado aos cidadãos e aos dirigentes de nossa Cidade que a AIAMU é uma entidade disposta a aprimorar as condições de arrecadação e em conseqüência, os investimentos do Município, e para tanto, a Entidade tem, de diversas maneiras, atuado ativamente na busca da conscientização da população sobre a importância dos impostos na vida de Porto Alegre.

A princípio, temos demonstrado através da imprensa nosso desejo de cooperar, nossa motivação profissional e compromisso com a sociedade. Esse desejo está consubstanciado também na atuação da AIAMU no Orçamento Participativo de Porto Alegre, onde na Plenária Temática, sobre o Desenvolvimento e Tributação de 1996, apresentamos quinze projetos propondo alterações para melhorar a estrutura operacional da fiscalização tributária. Durante os anos de 1995 e 1996 foram mais de cento e sessenta milhões de reais lançados em tributos municipais, e, para o ano de 1997, estima-se mais de cento e dez milhões de reais gerados basicamente do enorme esforço de superação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal, vencendo inclusive as adversidades, como a redução do número de colegas, pois muitos se exoneram em busca de melhores condições profissionais oferecidas por outras instituições, cidades ou estados.

Seguindo este desejo de aperfeiçoamento contínuo, e nossa disposição de atender a comunidade, lançamos em outubro de 1996, o Código Tributário do Município de Porto Alegre, a fim de proporcionar aos contribuintes e aos profissionais da área de tributação o acesso facilitado à legislação tributária do Município. Colocamos à disposição da Cidade o Guia do Contribuinte através da rede mundial de informações por processamento eletrônico - Internet -, iniciativa pioneira no Brasil em termos de municípios. Já se encontra em fase de editoração a versão impressa desse Guia do Contribuinte, para distribuição em larga escala; inicialmente 50 mil exemplares serão distribuídos, fruto de um convênio que envolve a AIAMU, como órgão consultor, a Secretaria da Fazenda e o SEBRAE/RS como apoiadores. Com isso estaremos colaborando com o princípio da publicidade da norma, democratizando informações essenciais ao bom funcionamento da estrutura tributária de Porto Alegre.

Apesar do esforço da Fazenda Municipal em melhorar as condições técnicas necessárias ao desempenho das nossas atividades, ainda estamos longe da situação ideal. É prioritário diagnosticar se a atual estrutura da máquina arrecadadora e do processo de lançamento de tributos, cobrança e execução judicial são suficientes, ou poderão ser melhorados através da modernização das instalações, dos processos e rotinas e de condições salariais, a fim de manter uma estrutura funcional qualificada ao longo do tempo. Algumas dessas informações estão ao nosso alcance, outras dependem de um amplo debate envolvendo toda a estrutura administrativa da Secretaria Municipal da Fazenda e da Procuradoria Geral do Município, órgãos envolvidos nesse processo.

Cabe ao Legislativo, legítimo representante da sociedade porto-alegrense, incentivar a troca de idéias nos órgãos municipais e o despertar de soluções que aumentem a eficiência dos serviços públicos. Como exemplo da importância do Legislativo nesse processo de aprimoramento das questões tributárias da Cidade, destacamos os resultados que se seguiram à aprovação pelo Legislativo Municipal, do Projeto de Lei Complementar que tratou da correção da distorção que havia na carga horária do Fisco Municipal e que culminou com a concessão do Regime de Dedicação Exclusiva, RDE, que anteriormente era vedado aos Agentes Fiscais da Receita Municipal.

No período de maio de 1995 a maio de 1997, dois anos de concessão do RDE, para cada real novo investido a mais na remuneração dos Fiscais Tributários, houve um retorno 140 vezes maior, ao computarmos os acréscimos de arrecadação e de procedimentos de fiscalização. No ano de 1996 foram mais de 100 milhões os reais levantados em procedimentos de fiscalização, um aspecto determinante que pode ser facilmente verificado através dos dados. Cada Fiscal trouxe, em média, um milhão e duzentos mil reais no ano de 1996 para o Município. Para cada um real investido em salário a Prefeitura de Porto Alegre recebeu trinta reais de volta. Esses valores independe do recolhimento espontâneo promovido pelos contribuintes, é fruto exclusivo do trabalho da fiscalização e auditoria implementado pelos Agentes Tributários.

Por outro lado, não se pode acompanhar, senão com apreensão a sintomática desestimulação que volta a atingir o quadro de Agentes Fiscais da Receita Municipal, ante a inexistência de uma política de valorização profissional. Essa situação é extremamente preocupante, quando se tem em mente que não há como fazer crescer as receitas municipais sem o efetivo investimento no setor fazendário, órgão responsável pela arrecadação e fiscalização dos tributos municipais. Adequadamente incentivada, a atividade tributária é garantia de arrecadação e estabilidade no ingresso de tributos, sem maiores prejuízos para os contribuintes, dentro de um quadro de justiça fiscal, alcançando aos cidadãos os recursos necessários para o atendimento de suas demandas.

O desestímulo profissional não se resolve com " marketing", mas com idéias e muito trabalho. Também não se resolve elegendo "bodes expiatórios" como alguns setores governamentais têm feito com os servidores públicos. Em 1997, a fiscalização tributária de Porto Alegre irá gerar a maior produtividade da história do Município - mais de cento e dez milhões de reais lançados. Ao mesmo tempo em que aparece apenas na décima quarta posição dos salários pagos em vinte e uma das principais capitais brasileiras, em pesquisa coordenada pela FENAFIM - Federação Nacional das Entidades de Auditores Fiscais de Tributos Municipais -, organizada pelo SINFISCO de Belo Horizonte, Minas Gerais, Porto Alegre está, aproximadamente, 20% abaixo da média salarial das vinte e uma principais capitais brasileiras, e 46% abaixo da melhor remuneração.

Com a aplicação integral da política salarial do Município, ou seja, a reposição da diferença de índice que o Tribunal do Estado já reconheceu como legítima, aproximadamente, vinte e cinco por cento, ainda não ultrapassaríamos a décima segunda posição. Essa situação é inaceitável para uma Cidade do porte de Porto Alegre e com um quadro de servidores tão qualificado. Essa posição não deve mais ser aceita como natural ou inevitável, mas combatida com ações firmes e dirigidas para a qualidade.

Outra questão a ser levantada se refere ao tratamento que é dado aos colegas aposentados. O Município vem descumprindo a Lei nº 7599, de 1995, que estabelece, em seu art. 5º, a revisão dos proventos dos servidores inativo no cargo de Agente Fiscal da Receita Municipal na mesma proporção dos ativos, preceito esse fixado na Constituição Federal. Esses colegas, a maioria deles com mais de 30 anos de serviço público dedicados ao Município são forçados a recorrer ao Poder Judiciário para obterem os direitos decorrentes da Lei Municipal.

Devemos, imediatamente, discutir formas de ampliação da receita tributária para garantir os recursos para as demandas da Cidade para pagamento da folha de servidores públicos, pois a reforma fiscal da União tende a repassar encargos e retirar receitas dos municípios. O debate sobre essas e outras questões é condição necessária para o desenvolvimento da estrutura tributária do Município.

Seria oportuno que o Município revisasse a sua política tributária e de pessoal como forma de evitar, no futuro, efeitos desastrosos na sua arrecadação. Acrescentamos, ainda, que seria de suma importância a aprovação do projeto de desburocratização do ISSQN e da alteração da Planta de Valores do Município como meios de agilização e aprimoramento de serviços públicos e da recuperação de defasagens históricas. Neste momento a AIAMU coloca-se a sua disposição como interlocutor experiente e capaz de gerar as idéias e ações para a melhoria da arrecadação do Município com os conseqüentes incrementos, injustiça fiscal e qualidade de vida aos porto-alegrenses. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convido para participar da Mesa o Presidente da Câmara Municipal de Teotônia, Sr. Ariberto Magedan, representando os Vereadores e a Vereadora, que hoje nos honra com sua visita.

Com a palavra o Ver. João Dib em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, saúdo os Vereadores de Teotônia que nos honram com as suas presenças. Cumprimento a Associação dos Inspetores e Agentes Fiscais de Tributos Municipais de Porto Alegre porque, realmente, são competentes, sérios e dedicados.

Também trazem, aqui, a sua reivindicação salarial e nós devemos lembrar que um município que arrecada muito, mas muito mesmo, já fez um acerto para os Agentes Fiscais, já fez para os Procuradores, já fez para os Técnicos Científicos e contrariou, profundamente, a Lei Orgânica que no seu art. 31 diz que todos os salários são vinculados ao salário básico. O PT fez aquilo que crítica em todas as outras administrações que o antecederam como se todas tivessem feito. O PT elevou de 17 mil para 25 mil o número de servidores municipais e a população não aumentou na mesma proporção. O PT ficou muito irritado porque na Sessão de quinta-feira passada, eu dizia que por excesso de arrecadação se fazia a suplementação do DMLU e o PT, pela sua administração, traz ao povo de Porto Alegre um orçamento que é vergonhoso de ser trazido.

Quem tem funcionário do quilate dos Agentes Fiscais que são capazes de fazer um trabalho de consolidação da Lei Complementar nº 7, que é o Código Tributário do Município com todos os detalhes e com todas as informações, parece querer brincar com os Vereadores de Porto Alegre. Eu vejo, aqui, aquele IPTU que eu quis retirar da previsão, já que o Prefeito retirou o projeto que aumentaria o IPTU acima da inflação, eu vejo, aqui, a previsão para o ano que vem de 68.700 milhões de reais. Neste ano, até outubro, já arrecadaram 57.300 milhões reais. Vão chegar perto de 64 milhões de reais até o fim do ano. Então , não havia nenhuma preocupação naquilo que eu queria reduzir na arrecadação da Prefeitura para que não houvesse o risco de trazer para esta Casa, outra vez, o IPTU. O ITBI, a Prefeitura está prevendo para o ano que vem 30 milhões de reais, Até outubro, arrecadou 28 milhões de reais. O gaúcho diria que o Orçamento da Prefeitura está crescendo que nem cola de cavalo, para baixo. O ISSQN, a Prefeitura previa 89 milhões e meio, para todo o ano de 1997, e, para o ano de 1998, 108 milhões. Só que já arrecadou, até outubro, 92 milhões e meio, mais do que previa para o ano todo. E os dois últimos meses, graças a Deus, são ricos em receita para a Prefeitura.

Para o Fundo de Participação dos Municípios, a Prefeitura previa, neste ano, 18 milhões e meio, arrecadou, até outubro, 22 milhões e oitocentos. Está propondo, para o ano que vem, 19 milhões e 32 mil. O Imposto de Renda na Fonte estava previsto, para este ano, 13 milhões e 347 mil, já arrecadou até outubro 12 milhões e 900 mil e está propondo, para o ano que vem, 9 milhões e 900 mil.

O ICMS, a Prefeitura previa, para este ano, 122 milhões. Arrecadou, até 30 de outubro, 109 milhões de reais. Os dois últimos meses sempre são maiores. Há algum tempo, eu venho dizendo que nós chegaríamos acima de 132 milhões de reais. E, para o ano que vem, a Prefeitura está propondo, com todos os Técnicos que têm, 123 milhões.

O IPVA, a Prefeitura está propondo para o ano que vem 37 milhões e trezentos mil. Este ano, já arrecadou 41 milhões e oitocentos, até outubro.

Então, a Prefeitura tem, realmente, muito dinheiro, é justa a pretensão dos servidores de terem melhores salários, mas a Prefeitura passou de 17 para 25 mil servidores ativos e inativos e isto não tem conserto. Isto é muito sério! E os servidores dos mais baixos salários não foram aquinhoados até hoje em nada, ao contrário, deles e de todos, inclusive os Agentes Fiscais e Procuradores, foi retirado recurso, foi retirado salário. Portanto, o problema é extremamente difícil. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem a satisfação de registrar a presença do nosso sempre Vereador Mílton Zuanazzi. Seja bem-vindo.

Vamos ter uma Sessão Extraordinária com alguns Vereadores que não fizeram parte da fotografia histórica dos 50 anos do Parlamento depois da Constituição de 1947. O Ver. Elói Guimarães, o Ver. José Valdir, o Ver. Mílton Zuanazzi, Mário Fraga, Antonio Hohlfeldt, entre outros, dentro de alguns minutos vão ser levados por nosso fotógrafo, o Sr. Santinho, até a rampa para depois fazer a montagem dessa foto histórica.

Aproveito este momento para convidar a todos os senhores, em especial aos que visitam a Câmara hoje: Fiscais de Tributos, os Vereadores de Teutônia e aos demais que aqui se encontram, aos que nos assistem pela televisão, para os 50 anos de reabertura da Câmara Municipal de Porto Alegre sem interrupção de seus mandatos.

Essa cerimônia tem uma programação que está sendo distribuída através de “folders”, de cartazes. Haverá uma exposição no dia 3, a primeira exposição de fotos políticas de Maurecy Santos, o nosso Santinho: "A Câmara pela Câmara do Santinho". A abertura será às 18h30min na nossa Avenida Cultural Clébio Sória, aqui na Câmara. É uma exposição de alto valor histórico e, seguramente, todos gostarão.

Nesse convite, com a programação para os 50 anos de Parlamento Municipal - que já tem 224 anos, é bom que se diga - consta a abertura da exposição "Adorável Camarada", com a trajetória de Julieta Batistioli, primeira Vereadora da Câmara Municipal de Porto Alegre. Será dia 4, às 18h, também aqui na nossa Galeria Clébio Sória e dia 10 estará sendo realizado uma painel cujo tema é: “O Poder Local e o Parlamento”. Os convidados especiais que participarão do painel são o engenheiro Leonel Brizola, Presidente Nacional do PDT, e o Dr. Luiz Marques, doutor em Ciências Políticas pelo Instituto Político de Paris que farão as palestras. Nós faremos a mediação e estarão presentes como debatedores um representante de cada Partido com assento na Casa. Hoje, estamos distribuindo uma circular aos Srs. Líderes para que indiquem a pessoa que vai falar aqueles cinco minutos que cada partido terá para fazer a sua observação sobre o que será dito pelo engenheiro Leonel Brizola e pelo cientista político Luiz Marques.

Para nós é um motivo de orgulho poder fazer esse tipo de evento em nossa Casa, além de estarmos inaugurando uma série de exposições com documentação da Casa e lançamento de um documento com depoimentos de ex-vereadores através de uma pesquisa feita nos arquivos da Casa, no Memorial e também na imprensa local.

Queríamos dizer aos ilustres visitantes da Tribuna Popular que usamos esse tempo propositalmente para envolvê-los, já que vossas senhorias são pessoas que participam da Administração da Cidade e aqui tem, de nossa parte, a receptividade total. Na semana que passou, firmamos um convênio com a Associação dos Inspetores e Agentes de Tributos Municipais conforme a Resolução nº 147, de 1996. É uma Resolução de Mesa que autoriza convênios com as entidades e esse convênio foi feito com a Associação que vai receber periodicamente a relação dos projetos que estão em tramitação nesta Casa, e quando tiverem interesse vão solicitar cópias.

Quero dizer, em nome da Mesa - e creio acho que falo em nome de todos os Senhores Vereadores -, que foi muito importante a presença da AIAMU na Tribuna Popular desta Casa, as suas colocações, e a importância que tem essa categoria no sentido de ajudar o Município a alavancar mais recursos, a diminuir a inadimplência e garantir que a arrecadação seja democrática, porque não é bom quando alguns pagam e outros não. É muito importante o trabalho do corpo fiscal da Secretaria da Fazenda do nosso Município.

Cumprimentamos a todos e em especial ao seu Presidente. Muito obrigado pela presença e se quiserem permanecer entre nós será um prazer.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Posso usar a palavra por dois minutos?

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib já encaminhou pela Bancada.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Gostaria das cópias dos apanhados taquigráficos. .

 

O SR. PRESIDENTE: Serão fornecidas cópias prontamente. Com a palavra o Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, eu gostaria de me congratular com a Associação dos Inspetores e Agentes de Tributos Municipais pelo excelente trabalho que vem fazendo na elaboração do Código Tributário, na informatização da fiscalização e pelas inúmeras propostas que apresentou ao Orçamento Participativo, na temática sobre tributos, e lamentar a evasão dos fiscais devido aos baixos salários, estando em 14º lugar entre as vinte e uma capitais e eu tenho certeza de que Porto Alegre está na liderança dos altos tributos municipais. Então, é importante esta congratulação com o trabalho dos fiscais da receita municipal. Parabéns.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu queria dizer ao Dr. Mauro que é da maior importância a sua presença aqui, porque houve, nos últimos anos, uma mudança muito grande no conceito da fiscalização, inclusive, na credibilidade da fiscalização. Hoje, é um trabalho sério, competente e que nos mostra qual o caminho para contornar as vicissitudes da arrecadação municipal e, principalmente, não onerar mais com tributos, através do desenvolvimento e prestígio da figura do fiscal, indispensável em qualquer administração que se diga moderna.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que não vai mais fornecer esse tempo, porque é anti-regimental e não está sendo utilizado conforme combinamos.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: É só para dizer que de parte da nossa Bancada não há nenhum óbice em relação à postura da Presidência. Consideramos, inclusive, que devemos mudar o Regimento para garantir que os nossos visitantes, em Tribuna Popular, tenham uma palavra de cada Bancada. No entanto, já que a regra não foi estabelecida nesta Sessão, quero, também, em nome da Bancada do PT, parabenizar os funcionários públicos municipais, que honram o nome de funcionários públicos ao fazerem um trabalho que é reconhecido no País inteiro e ajuda Porto Alegre a não estar na situação dramática em que se encontram muitas prefeituras e o governo estadual com relação à arrecadação de tributos. Parabéns pelo desempenho dos nossos fiscais.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, eu gostaria de elogiar a postura da Mesa de não encarar o Regimento como um teorema matemático, como uma coisa estanque, mas sim como algo elástico que pode ser interpretado. Por uma questão de delicadeza com o visitante e de democracia, é muito justo que, às vezes, se passe ao largo do Regimento, e isso não é uma medida que violente qualquer tipo de posicionamento.

 

O SR. PRESIDENTE: Agradecemos as colocações feitas pelo Ver. Cláudio Sebenelo e solicito ao Ver. João Dib que, em nome da Casa, saúde os Vereadores de Teotônia com um discurso rápido e bem feito como sabe fazê-lo.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer da satisfação da visita do ilustre Presidente de Teotônia e Vereadores que o acompanham e, inclusive, a Secretária da Câmara Municipal que, para nós, foi uma honra recebê-los. O intercâmbio de idéias sempre é importante. Não há uma Câmara maior e uma Câmara menor. Todas as Câmara são compostas por legisladores e eles precisam ter em conta que a função mais importante do legislador não é fazer leis. Ele pode até fazer leis. O mais importante é fiscalizar o rigoroso cumprimento das leis.

Não tem razão se fazer Regimento ou Lei Orgânica se não formos exigir o cumprimento dessas medidas legais. É por isso que nós ficamos muito contentes porque aprendemos, também, com Vossas Excelências que estão numa Cidade menor que Porto Alegre, capital de todos os gaúchos, mas que também tem a responsabilidade de representar o povo na sua totalidade. A Câmara Municipal é a síntese democrática de todos os cidadãos de uma Cidade e aqui, na nossa, estão representados um milhão e trezentos mil habitantes.

Na Cidade de Teotônia, se não estou equivocado, são doze mil habitantes. Então, nós fazemos a mesma coisa . Nós temos uma Lei Orgânica, que nós juramos cumprir, e nós temos algumas coisas que precisam ser discutidas permanentemente, como é o caso do Orçamento. Porto Alegre vai discutir o Plano Diretor, e é isto o que se espera do Vereador: que ele seja, antes e acima de tudo, um fiscal. A todos os Vereadores, ao nosso querido Dr. Golubcik, eu quero desejar saúde, paz e também muito sucesso. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

    

O SR. PRESIDENTE: Passamos a palavra ao Presidente da Câmara de Teutônia, Ver. Ariberto Magedans.

 

O SR. ARIBERTO MAGEDANS: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Clovis Ilgenfritz; Sras. Vereadoras; Srs. Vereadores. Saúdo também os colegas Vereadores de Teutônia, assessores e assistentes aqui presentes.

Representamos o Município de Teutônia, distante de Porto Alegre 100km. Embora, como já dito pelo colega Dib, representemos uma população bem menor, isso não nos faz com menos responsabilidade e, sim, temos a responsabilidade de dirigir o nosso Município, a nossa realidade e, embora seja uma realidade bastante diferente, temos problemas em comum com Porto Alegre.

Por isso, agradecemos a acolhida recebida em Porto Alegre, colocamos à disposição a Câmara Municipal de Teutônia e esperamos a visita dos Senhores ao nosso Município, que é bastante jovem - com dezesseis anos de emancipação - mas que desponta e no cenário do Rio Grande do Sul.

A nossa responsabilidade também é imensa e viemos a Porto Alegre para buscar subsídios, idéias, e essa reunião de trabalho que tivemos com os Senhores, com certeza, muito irá frutificar no nosso Município de Teutônia. Êxito e sucesso para todos. Muito obrigado pela acolhida.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO DIB: Eu desejava poder oferecer para a Câmara Municipal de Teutônia, para a sua biblioteca, um livro de Fábio Nogueira Lemes “O Poder do Vereador”.

 

O SR. PRESIDENTE: Enquanto V. Exa. faz a dedicatória, nós queríamos também dizer que recebemos um presente, uma recordação de Teotônia – “A Força da Integração” - que tem muito a ver com a parte substancial da população de origem holandesa, é o símbolo da Cidade: "Educação, cooperativismo e integração constroem Teotônia". Ainda, um cartão dizendo: "Visite e conheça um pedaço do Brasil que deu certo. Teotônia". Nós também oferecemos aos nossos visitantes o Regimento Interno que foi solicitado pelo assessor jurídico de Teotônia, e também o Plano de Metas da Câmara 2000 - Gestão 97, o breve histórico de cada Vereador, e um panfleto que mostra como participa a população nos trabalhos da Câmara. Foi uma troca de experiências muito boa. Nós agradecemos, mais uma vez, os Srs. Vereadores, à Vereadora e aos assessores visitantes.

Estão suspensos os trabalhos por um minuto.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h50min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h51min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 3442/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/97, que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre, institui o 2º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 3099/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dispõe sobre a obrigatoriedade de utilização de seringas e agulhas descartáveis por clínicas, farmácias, “spas”, laboratórios e postos de saúde.

 

PROC. 3488/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 205/97, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Bacharel Antônio Cechin.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra. Desiste. O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Vereadores visitantes de Teutônia, caros representantes da AIAMU - fiscais e inspetores da nossa Prefeitura Municipal.

Hoje temos a primeira discussão sobre o Plano Diretor de Porto Alegre. Não quero entrar, de imediato, numa discussão de conteúdo; o que quero propor, abrindo, portanto, o debate sobre o Plano Diretor, é a discussão de uma metodologia de trabalho sobre como esta Câmara, a partir de agora, vai tratar tão importante questão. Depois de termos, na semana passada, aprovado o Orçamento para o ano de 98, estamos diante do principal Projeto em discussão nesta Casa. Qual a concepção de cidade? Qual é a nossa visão sobre a Porto Alegre do próximo milênio? Esse é o debate que está na Pauta. Podemos ter uma cidade com regramento frouxo e teremos, sem dúvida nenhuma, o caos nos anos vindouros.

Se olharmos, hoje, para algumas cidades onde não houve planejamento, onde, sistematicamente, aqueles que deveriam preservar a legislação, as normas públicas foram os primeiros a fechar os olhos, a passar por cima da legislação, veremos cidades que são o caos. Não sou eu que digo. Se os Senhores tiverem acesso à revista Veja desta semana, no seu encarte de São Paulo, verão que a grande manchete é “Quebrou". Quebrou porque não foi seguido um planejamento, porque várias normas municipais, inclusive orçamentárias, foram quebradas sistematicamente e, mais particularmente, no último período. Nós não queremos uma Porto Alegre assim; nós queremos uma Porto Alegre cada vez mais ordenada. Sabemos que vivemos conflitos, mas os conflitos devem ser trazidos para a cena pública para chegarmos a denominadores, e nem sempre vamos agradar a todas as partes. Às vezes descontentaremos uns ou outros segmentos, mas nós somos legisladores desta Cidade e temos que ter a coragem e determinação para votar um Plano Diretor que seja uma expressão da cidadania.

Uma cidade não são seus prédios, seus viadutos, suas vias públicas; também são isso, mas, mais do que isso, são seus moradores. Mais do que isso é a representatividade dos seus anseios e a garantia de uma qualidade de vida para todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios. É isso que temos que fazer aqui. Sem dúvida nenhuma, em algumas votações, nós poderemos ferir alguns interesses, mas esses não podem ser colocados a serviço de um interesse específico, porém, aquilo que for negado tem que ser fruto, tem que ser saldo dos interesses de um coletivo maior, da cidadania, da Cidade de Porto Alegre, dos seus cidadãos, e não de interesses específicos.

Tenho certeza de que os 33 Vereadores desta Casa, a Assessoria, a sociedade civil organizada, que já participou na elaboração desse Projeto terá uma participação decisiva daqui para frente. Se depender de nós, da discussão que inauguramos aqui, hoje, Porto Alegre terá um ordenamento para o próximo milênio, que será um exemplo para o resto do País. No entanto, nós temos que nos comprometer com essa visão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra, em Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Hoje desta tribuna não há como nós nos furtarmos de comentar acerca do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Não porque não haja outra matéria para ser examinada, todavia, a importância, a relevância do Plano Diretor toma tal destaque que não há como não se dar prioridade, privilegiar esta questão.

O que me atrai, no que concerne ao Plano Diretor, dentre os vários aspectos que são objetos da atenção desse Projeto é o que diz respeito ao trânsito. E nessa parte parece-me que, comungando com as preocupações atuais referentes à circulação de veículos e pedestres, contempla a proposta mais do que razoavelmente em relação aos problemas do trânsito.

Uma das questões que avulta, que destaca é a que concerne ao estacionamento. De que adianta o Município se esforçar, empenhar recursos de monta e promover a abertura de uma Avenida como a Av. Ipiranga, com três faixas de rolamento, quando uma delas fica comprometida de pronto com o estacionamento de veículos que se alongam pela avenida?. De três faixas ficamos com duas. Isso perde sobremodo a circulação veicular. O que se pretendia com a avenida que era dar fluidez, desembaraçar o tráfego, e isso ficou comprometido. Claro que há outros elementos, falando na Avenida Ipiranga, que contribuem sobremodo para dificultar ainda mais a circulação.

Quando o Plano Diretor enfoca isso aí, preocupado em retirar da via pública um veículo automotor lá depositado, e que vai contribuir para dificultar e embaraçar o tráfego, nós temos que apoiá-lo. Mas é importante destacar, não podemos apenas ficar preocupados e voltados para os aspectos que dizem respeito à construção de edifícios, de propriedades em geral, com relação a sua altura, ao meio ambiente. O trânsito também tem que ser objeto de atenção.

Por isso, eu acho que temos que colocar os nossos olhos sobre todos os princípios, todas regras, as normas, os objetivos concernentes ao trânsito, registrados no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. Índices construtivos, vendas de índices, é tudo importante, mas o trânsito é de uma importância capital, não que ele signifique as artérias pelas quais correm o sangue da Cidade em busca de um futuro mais radioso, mas porque é e sempre será um problema fundamental na vida de uma cidade.

E nós não podemos esquecer, e insisto dizendo que o trânsito não é subproduto de transporte, não é matéria de segunda qualidade em relação ao transporte, embora devamos dar maior importância no que diz respeito à circulação das massas, ao transporte coletivo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

fprqsnextadditivefetpntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtaO SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Juarez Pinheiro. Desiste. Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann para discutir.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Prezada delegação de Teutônia que nos visita. O tema da minha oração no tempo dedicado à discussão de Pauta também vai se referir ao Plano Diretor.

Estamos na Casa diante do exame do II Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, pela primeira vez aparece a palavra “ambiental” no nosso Plano Diretor. E é sobre esse tema que pretendo exercitar os meus cinco minutos. O que significa no futuro da Cidade a preservação das áreas verdes, das praças, dos parques, dos cursos d’água, as regiões ribeirinhas para o problema habitacional e também, por incrível que possa parecer, a proposta de transformar a nossa área rural em área urbana?

 Hoje é bom que se saiba que a maior parte das propriedades dedicadas ao cultivo de hortifrutigranjeiros se localiza em áreas de ocupação intensiva nos arredores da Cidade, e não na área rural. E sobre a área rural, como área urbana, temos uma enorme montanha a transpor, que é a diferença de legislação entre o urbano e o rural, tanto que a área urbana pertence ao município de Porto Alegre, e a área rural pertence à União. A diferença de tributos se estabelece nitidamente nessa divisão. O que precisamos fazer em nível de Município, quando examinarmos o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, e preservar essas áreas, cuidá-las para que a Cidade daqui a milênios, quem sabe, possa ter os seus pulmões, as suas áreas de respiração, que são as praças, os jardins, os parques e a imensa arborização de Porto Alegre, que fazem dela a Cidade mais arborizada do País. É isso que precisamos preservar.

Por isso, sabiamente, na consecução desse Plano Diretor novo que veio para Casa, se incluiu a palavra "ambiental", porque a vida do homem, que, no futuro, vai depender muito do meio ambiente. Esse meio ambiente precisamos preservar com todas as forças ao nosso dispor. A nossa inteligência, a nossa habilidade há de, ao elaborarmos o Plano Diretor, preservar essas áreas, reservando-as para o futuro do futuro habitante de Porto Alegre na medida em que ele necessitar desses equipamentos urbanos que a natureza nos dá. Não temos o direito de agredir a natureza, vamos usá-la em nosso favor. Também não vamos exagerar ao ponto de evitar a utilização de certos ambientes naturais em desfavor do progresso, mas precisamos compatibilizar o desenvolvimento da Cidade com a preservação da natureza, sob pena de não termos a resposta para os nossos netos, nossos descendentes.

Era esse alerta que eu gostaria de fazer. De minha parte, vou procurar, porque já estamos nos ambientando com a discussão do Plano Diretor há muito tempo, desde a Lei Orgânica de 1990, portanto há 7 anos estamos tratando dessa questão instar os nossos companheiros Vereadores para que eles também procurem preservar o meio ambiente de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra. Desiste; Vera. Tereza Franco. Desiste; Ver. Cláudio Sebenelo. Desiste; Ver. Reginaldo Pujol. Desiste. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Agradeço a gentileza dos Vereadores José Valdir, Tereza Franco, Cláudio Sebenelo e Reginaldo Pujol, que propiciam que se coloque na discussão de hoje, quando se comemora o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS.

Neste ano foi escolhido o tema da questão da criança, porque há uma perspectiva de que, no ano 2000, quarenta milhões de pessoas terão contraído o vírus da AIDS, sendo que 25% serão crianças, portanto, um número extremamente expressivo e 90% desses casos acontecem em países periféricos, países subdesenvolvidos. A gentileza desses Vereadores proporciona que possamos colocar em discussão assunto de tamanha grandeza.

O assunto da Pauta e que faço a nicagem da questão da AIDS, este Dia Mundial de Luta contra essa enfermidade que, de acordo com evoluções da pesquisa, já possibilita um fio de esperança para milhões de pessoas que contraíram a doença, está a impertinência da matéria para que possamos falar no tempo adequado com Projeto de Lei de nossa autoria que dispõe sobre a obrigatoriedade de utilização de seringas e agulhas descartáveis por clínicas, farmácias, spás, laboratórios e postos de saúde. A melhor forma de enfrentarmos essa doença e proteger a população dessa epidemia, é educarmos a população, discutirmos esse assunto da maneira mais ampla possível e buscarmos instrumentos de prevenção.

A nossa proposta de colocar em uma lei municipal a obrigatoriedade da utilização de seringas descartáveis, seja para a coleta de sangue, seja para aplicação de medicamentos injetáveis no tratamento de usuários em nível ambulatorial e de emergência, obriga também que o rompimento do invólucro seja feito na presença do paciente. V. Exa. Ver. Cláudio Sebenelo, que é um médico pneumologista, cirurgião e dedicado também à medicina preventiva no período em que foi Superintendente no Grupo Hospitalar Conceição, poderia contribuir nesta discussão. Eu ficaria extremamente agradecido.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a referência e quero dizer que o seu Projeto é da maior oportunidade, já que se sabe perfeitamente que ainda existe um uso muito difuso, dentro da Cidade de Porto Alegre, de esterilização desse material, que é usado duas ou três vezes, e, em muitas das quais não esterilizado, causando uma maior incidência de AIDS pelo contágio de pessoas toxicômanas.

Há uma outra moléstia muito importante, chamada hepatite B, que poderá ter a sua prevenção feita através da inutilização das agulhas usadas apenas uma vez por uma só pessoa e, depois, destruídas. Isso deve ser estendido, inclusive, como sugestão às instituições hospitalares.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu gostaria que V. Exa., sendo um médico, um profissional da saúde, pudesse fazer uma emenda para aperfeiçoar o nosso Projeto, fazendo com que, além dos SPA's, farmácias e postos de saúde, essa obrigatoriedade seja estendida também aos hospitais.

Os Srs. Vereadores escutaram o Ver. Cláudio Sebenelo. No Município de Porto Alegre, uma das capitais com maior incidência de contaminação com o vírus HIV, ainda se verifica a utilização de seringas por mais de uma vez, colocando em risco a saúde da população.       

Quero ressaltar essa proposta que me foi trazida por profissionais da área da saúde e solicitar que os Vereadores, nas comissões, nos ajudem a aprovar este Projeto hoje, quando se comemora o" Dia Mundial de Luta Contra a AIDS". Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, para discutir a Pauta.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Um dos instrumentos mais importantes está em Pauta; é um Plano Diretor para a Cidade de Porto Alegre. Já tínhamos manifestado algumas preocupações com a visão ideológica do Plano, a visão um tanto urbanística, da regulação dos espaços estanques do plano, do ponto de vista predial e tudo o que se refere a esse setor. Reiterávamos uma falta de visão mais abrangente no planejamento, trazendo para dentro deste instrumento fundamental desta Cidade a questão da circulação. Falávamos da concepção de um Plano Diretor de circulação, um Plano Diretor de trânsito, para buscarmos uma linguagem mais abrangente.

É nesse sentido que nós pretendemos algumas iniciativas para que se amarre a aprovação do Plano Diretor de Porto Alegre. Nós temos uma visão de Cidade que incorpora a sua dinâmica que esta visceralmente ligada à circulação, que, por sua vez não vem merecendo, ao longo do tempo, preocupação. Quero dizer que a engenharia de trânsito, não vem recebendo a importância que, no nosso entender, tem.

Temos usado, reiteradamente, a expressão de que o coração está para o corpo humano como o trânsito, está para a cidade. Vejam a importância desse órgão vital para a cidade, que é o trânsito. A qualidade de vida está indiscutivelmente vinculada ao sistema de circulação; há um complexo de ações que dizem da qualidade, não só do transporte de massa, como os táxis ou semi-seletivos e lotações, mas também à qualidade de vida das pessoas. A circulação , como sabemos, induz a um tipo de desenvolvimento, privilegia espaços. Muitas vezes, a falta de planejamento neste setor importante pode determinar dificuldades na sua funcionalidade de uma cidade.

Então, já que está em pauta o Plano Diretor, devemos travar um debate mais profundo a partir do ano que vem. Nós queremos trazer a visão do planejador, preocupado com a questão ligada ao trânsito, à circulação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO MOTTA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro, a inversão da ordem dos trabalhos, que sejam votados, em primeiro lugar, os Requerimentos e, logo após, os Projetos, na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Motta. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra o voto do Ver. João Dib.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz ): A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra, para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, companheiros Vereadores da Câmara Municipal de Teutônia que acompanham a Sessão nesta tarde.

Eu ocupo o tempo para uma comunicação de Líder do meu Partido, o PMDB, para trazer a esta tribuna a discussão de um tema, hoje, em pauta no mundo inteiro. Hoje, 1º de dezembro se reforça a luta contra a AIDS. Este ano a campanha instituída pela UNAIDS visa a reduzir o impacto causado pela doença nas crianças. Segundo este programa da ONU, criado para enfrentar a questão da AIDS, a contaminação das crianças cresce na mesma proporção em que tem crescido a contaminação da AIDS entre as mulheres. Os técnicos da ONU apontam o risco de crescimento da mortalidade infantil em até 75% das próximas décadas se a epidemia não for reprimida.

Hoje, nós sabemos que 90% de contaminações em meninas e meninos com menos de 15 anos acontece pela chamada transmissão vertical, pela mãe soropositiva. Há 10 anos, tínhamos no Brasil uma mulher infectada para cada 50 homens. Hoje, estima-se que para cada mulher infectada, dois homens estão infectados. Os dados recentes mostram que houve um pequeno decréscimo da mortalidade feminina por AIDS, porém, o que se percebe é que há um crescimento muito grande da mortalidade das mulheres pobres por AIDS na última década no Brasil. Há, portanto, uma pauperização da epidemia o que coloca em risco, ainda mais, a população, principalmente, dos países pobres.

Na última década o aumento da mortalidade feminina de mulheres pobres chegou a um crescimento de 50,3%. A dependência econômica e a submissão são fatores decisivos para isso. A AIDS, no Estado de São Paulo, por exemplo, já se constitui como a primeira causa de morte entre as mulheres de 20 a 34 anos. A contaminação das mulheres leva à contaminação infantil. A contaminação das crianças tem, portanto, a causa da falta de uma saúde pública no Brasil, evidentemente, é um fato mundial, mas o Brasil como um País que tem enfrentado com grande dificuldade a questão da saúde, tem visto a propagação dessa epidemia nos setores pauperizados; e, no caso das crianças a falta de um pré-natal eficiente é fator decisivo na contaminação no período pré-natal.

Sabemos que apenas 30% das mulheres brasileiras fazem pré-natal como deveriam e se elas tivessem um parto adequado, os riscos de contaminação das crianças seriam evidentemente muito menor.

A falta de atendimento ao recém-nascido, o abuso sexual entre as crianças, a prostituição infantil, o turismo sexual são fatores vergonhosos do ponto de vista social que influem na saúde e que determinam, infelizmente, no nosso País o crescimento da contaminação da Aids entre as crianças, e é importante, na medida em que estamos discutindo, na Câmara Municipal de Porto Alegre, essa questão, vermos também que a ausência de serviços adequados para atender às crianças é uma questão da maior importância para a preservação da saúde das crianças infectadas e da melhoria da sua qualidade de vida.

Portanto, no dia 01 de dezembro, quando o mundo inteiro se organiza na luta contra a epidemia da Aids, é muito importante que as Câmaras de Vereadores discutam esse tema, porque, hoje, o enfrentamento da questão da Aids é uma questão que passa por uma definição de política mundial, de políticas nacionais, estaduais e municipais tendo em vista a municipalização da saúde em curso no nosso País.

Lembro os Srs. Vereadores de que, sendo Porto Alegre uma Cidade onde já conquistamos a municipalização da saúde, é preciso a participação desta Câmara para uma ação mais decisiva no fortalecimento de uma política de assistência integral à saúde da mulher para que tenha uma repercussão direta na saúde da criança e, portanto, no enfrentamento a esta epidemia que hoje se abate sobre toda a humanidade, que é a epidemia da Aids. Muito obrigada.

                

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para um Esclarecimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): Fui informado de que o PLCE nº 03/97, que estava na Ordem do Dia por força do art. 81 da Lei Orgânica Municipal, teve a urgência retirada. Sr. Presidente, Vossa Excelência confirma essa informação?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim. O Requerimento de retirada do Art. 81 foi apregoado, e deferido, no início desta Sessão.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, neste fim de semana tivemos a oportunidade, juntamente com o Ver. Hélio Corbellini, de fazer parte da delegação do Rio Grande do Sul no VI Congresso Nacional do Partido Socialista Brasileiro. Neste evento, o Rio Grande do Sul contou com, aproximadamente, 60 delegados. Em Brasília o contingente humano de todos os Estados foi acima de 1000 delegados.

Foi, realmente, o maior congresso que o PSB realizou nestes 50 anos. Tivemos a oportunidade de constatar a pujança e a realidade que é o PSB nos dias de hoje.

Durante os três dias do Congresso, após tantas discussões, o Partido Socialista Brasileiro definiu uma política de aliança nacional de centro-esquerda. Entendeu que, mais do que nunca, não é o momento de excluir e sim de incluir, dentro de certos princípios, logicamente.

Hoje o PSB, como os demais partidos no campo popular, sabe muito bem quem são os nossos adversários, e todos os partidos que estão contra a política governamental de Fernando Henrique Cardoso, contra a questão do neoliberalismo e todas as privatizações e entreguismo do Brasil, ao se definirem contra, serão sempre bem-vindos e aliados nesse bloco à frente o qual o PSB quer estar.

Não tivemos indicativos de nomes, porque o Partido entendeu que o mais importante, neste momento, do que nomes é acertar, isso sim, um bloco coeso de aliança, sabendo as suas definições e que essas definições sejam em prol de um programa. Em busca disso o Partido Socialista Brasileiro definiu que, a partir de hoje, em todos os municípios do País, se proclame essa política de aliança nacional de centro esquerda. Ao mesmo tempo, o Partido Socialista Brasileiro, mais do que nunca, quer fazer inserções no movimento sindical e nos movimentos populares, porque queremos, sim, ser um partido de massa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de cumprimentar o Ver. Carlos Garcia e o Ver. Hélio Corbellini pelo sucesso da Convenção Nacional do PSB.

Tempo de Liderança com o PFL. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, evidentemente que me incluo entre aqueles que se congratulam com os Vereadores do PSB pela realização da Convenção Nacional do Partido, eis que todos os atos político-partidários que se realizam em nosso País contribuem para que se fortaleça o processo democrático em todos os quadrantes de nosso País.

Eu não fui à Brasília participar de um grande evento do meu Partido, neste fim de semana, mas estive em Imbé, onde a Juventude Liberal realizou um acampamento que reuniu mais de mil jovens.

Mas este fim de semana foi rico em acontecimentos, especialmente, na área cultural que registrou um fato que não mereceu, de nossa imprensa, um destaque que lhe cabia, certamente pela grande exibição realizado pelo Carreras em Santo Ângelo, passou quase despercebido o encerramento da I Bienal do Mercosul que foi, sem sombra de dúvida, o maior acontecimento cultural do ano na Cidade de Porto Alegre. Em função da minha condição de rotariano eu tive a oportunidade de participar diretamente da estruturação e sobretudo da agilização deste empreendimento cultural.

Ainda ontem estive no Museu de Arte do Rio Grande do Sul até o derradeiro momento daquela exposição, que recebeu só no dia de ontem aproximadamente quinhentas visitas, num fato altamente positivo para a vida cultural do Estado, eis que, conforme tive oportunidade de constatar, além da vinda de pessoas de várias cidades do Rio Grande do Sul para visitarem os vários pontos de exposições das obras, que os artistas latino-americanos apresentaram na Cidade durante este período; além deste fato, constatamos várias pessoas, especialmente jovens, que, pela primeira vez iriam conhecer o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o que é, desde já, um ponto positivo a consagrar a iniciativa desenvolvida com o apoio da lei de incentivos culturais, e que teve o sucesso amplo que estamos registrando nesta hora.

Ao lado da minha alegria por ter participado do acampamento de jovens liberais, realizado em Imbé, ao lado da minha satisfação de ter partilhado de momentos agradáveis com os meus companheiros da colônia quaraiense no domingo, ao lado da satisfação de ter estado, na sexta-feira, junto com os proprietários de farmácias do Rio Grande do Sul que me apresentaram suas reclamações e reivindicações, quero, Sr. Presidente, nesta Comunicação de Líder, assinalar minha satisfação pessoal em ter participado deste evento cultural, e quero cumprimentar a todos, especialmente aos curadores, aos dirigentes da Fundação Bienal, que bancaram e obtiveram os resultados positivos que sem dúvida foram alcançados com a realização deste grande evento que colocou definitivamente Porto Alegre como centro cultural do Mercosul. Uma situação ímpar, sem dúvidas, que tem que ser por nós festejado, estimulado e, sobretudo, mantido, para que não se perca essa condição de liderança que indiscutivelmente assumiu com a realização desta grande programação que assinalo nesta Comunicação de Líder , num registro que representa a minha mais profunda homenagem a todos que, de uma forma ou outra, tiveram algum tipo de responsabilidade com a realização I Bienal do Mercosul. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa cumprimenta o Ver. Reginaldo Pujol, que foi escolhido, neste fim de semana, representante, no Rio Grande do Sul, do Centro Cultural Carlos Lacerda.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o cientista político francês Schwatzenberger escreveu um livro inesquecível, chamado “O Estado Espetáculo". O médico Pascoalino Laitano escreve, na coluna de opinião do Jornal do Comércio de sexta-feira, um artigo chamado "A Arquitetura do Espetáculo". Toda vez que eu falo sobre saúde e digo que é imprescindível para Porto Alegre a adoção de uma política municipal de saúde, refiro-me a alguns tópicos tão bem-analisados pelo Dr. Pascoalino Laitano. Ele diz: "As construções de saúde poderiam ser pequenas, mais numerosas, melhor distribuídas. A concepção seria tática, correta, mas teria impedido, quando pequenas, numerosas e melhor distribuídas, que o Estado exibisse o seu poder, através de grandes obras, de postões de saúde e de instituições previdenciárias. As obras freqüentemente se misturam a outros prédios, imensos; absorvem a história da cidade e seus símbolos públicos - a Casa da Moeda, a Igreja, os museus, as cortes de justiça, os bustos, os monumentos e as próprias especialidades médicas. Seus títulos - os doutorados, os mestrados - são utilizados como ornamentos, da mesma maneira que as figuras dos leões, dos gnomos, dos brasões, expostos nas fachadas dos prédios. Elas representam a arquitetura do cativeiro, o castigo imposto pelos gregos aos prisioneiros e traidores, e o objetivo final dessa arquitetura monumental, é exercer o domínio, o controle, o poder, o medo.

Mas o grande projeto percorre uma trajetória acidentada, a estrutura se torna pesada, impera a burocracia, falta-lhe significado social e implanta-se a decadência e, muitas vezes, a corrupção.

Parece que esse modelo não é tão desconhecido nosso. A falta de uma política na área da saúde, a alta concentração de recursos materiais e humanos, termina por enquadrar um projeto nas conclusões da Organização Mundial da Saúde, sobre orçamentos em saúde. Aproximadamente 3/4 de todos os recursos destinados à saúde no mundo são utilizados para oferecer assistência médica, relativamente dispendiosa, a uma minoria urbana e, principalmente, em detrimento da prevenção.

Hoje no Dia da Luta Mundial Contra a Aids, mais do que nunca se fala em prevenção, mais do que nunca é imprescindível, é indispensável a instituição de uma política municipal de saúde núcleo nervoso deste combate.

Quando erigimos grandes obras e os destinos dessas construções podem ser imprevisíveis, como diria Pasqualino Laitano: "Diante dessa inoperância, o grande tamanho começa a ser motivo de cobiça”. Empreendedores aparecem para sugerir a transformação da construção e saúde, em centros de convenções, instituições financeiras, parques de automóveis ou shoppings center. Nada mais do que monstruosidades arquitetônicas, como são os grandes colossos destinados à área da cura da saúde, quando as construções de saúde poderiam ser pequenas, numerosas e melhor distribuídas. A isso nós chamamos de uma política municipal de saúde.

Hoje o ministro anunciou que até 31 de dezembro de 1998 serão criadas mais duas mil equipes do Programa de Saúde da Família, em que a estratégia da difusão, da pulverização dos postos junto a populações, seria a política ideal e adequada, não a construção e o erguimento de verdadeiros palácios burocráticos, quando a cura da saúde é privilegiada em detrimento da sua prevenção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero, neste tempo da Bancada do PT, trazer um alerta e fazer um convite a todos os Vereadores, independente de Bancada, para que nos mobilizemos contra uma verdadeira ameaça que paira sobre o saneamento no País. E chamo a atenção, principalmente do Ver. João Dib que, assim como eu, foi Diretor-Geral do DMAE.

Está tramitando no Senado Nacional um projeto do Senador José Serra, que faz um percurso ao contrário de que há muito tempo o Brasil vem fazendo na democratização das suas estruturas e, principalmente, no saneamento. É de muito tempo, e reafirmado pela Constituição de 1988, que saneamento é um assunto de interesse local, assim está escrito no artigo 30 da Constituição Federal. E, portanto, é o município o poder concedente que, quando não pode ou não quer por si mesmo desempenhar essa atividade, concede-a para uma empresa estatal, como era até aqui feito ou como, infelizmente, está acontecendo no Brasil, faz a concessão para uma empresa privada. É do município a iniciativa, e assim tem sido reafirmado pela Constituição de 1988. Pois bem, o Projeto de Lei do Senador José Serra, de nº 266, faz o caminho ao contrário, ele pretende passar para os Estados a possibilidade da concessão do serviço nos municípios, Ver. Lauro Hagemann. É evidente que, atrás disso, está o objetivo de privatizar o serviço de saneamento no Brasil: Mas havia este impedimento: já que é o município o poder concedente, não bastava privatizar as empresas estaduais, porque cada município teria que concordar com a privatização para que ela, de fato, se desse.

Se esse Projeto for aprovado - e já o foi na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal na semana passada - nós vamos quebrar uma história da qual Porto Alegre tem a liderança. Quando se estabeleceu o PLENASA, no início da década de 70, Porto Alegre resistiu, por meio da Câmara de Vereadores junto com o corpo funcional do DMAE e da população de Porto Alegre, de tal forma que Porto Alegre é a única capital do País que tem o seu próprio serviço municipal. É o maior deles, e é, senão o melhor um dos melhores serviços do País. Por isso, Srs. Vereadores, eu faço um apelo para que todos nós, independente de bancada, nos posicionemos contra esse Projeto de Lei.

Vejam que esse não é um movimento separado. No dia 17 de novembro, houve uma resolução do Conselho Monetário Nacional que suspendeu os repasses dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que é um recurso do trabalhador, para os serviços públicos, suspendendo os financiamentos dos Programas Pró-moradia, Pró-saneamento e Pró-Sanear. Só no Estado do Rio Grande do Sul, se o contrato ainda não foi formalmente assinado, serão suspensos cerca de 120 milhões de reais em saneamento, para o DMAE, para a CORSAN, para as prefeituras, e 40 milhões para a moradia popular.

Acrescentando a isso: esses recursos não foram suspensos para as empresas privadas, algumas delas já estão gerenciando os serviços municipais de saneamento. Foram suspensos para os serviços públicos e não foram suspensos para as empresas privadas que já gerenciam alguns serviços de saneamento. Portanto, Srs. Vereadores, quero fazer, aqui, esta denúncia, mas, muito mais do que isso, quero fazer um convite a todos os Srs. Vereadores para que nós, mais uma vez, repetindo o gesto que esta Câmara de Vereadores já fez há cerca de 30 anos, lideremos movimento contra o Projeto de Lei do Senador José Serra, para que o Governo Federal reveja essa decisão, que tirou recursos dos serviços municipais de saneamento e para habitação popular. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, antes de entrarmos na Ordem do Dia, eu gostaria de lembrar a esta Casa que aquele que deve ser o seu sucessor, o futuro Presidente desta Casa, Ver. Luiz Braz, está de aniversário hoje.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa estava tentando homenagear o Ver. Luiz Braz, mas ele não estava no Plenário. Agora é possível que façamos esta saudação a ele por mais este aniversário.

Ver. Luiz Braz, aceite as nossas homenagens. (Palmas.)

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O Sr. 1º Secretário procederá à leitura dos Requerimentos.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento, de autoria do Ver. João Motta, para que seja considerado em Regime de Urgência e submetido à Reunião Conjunta das Comissões CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE, CEDECONH e COSMAM, o PLE nº 56/97, que desafeta a área de uso comum do povo e autoriza o município de Porto Alegre a permutar imóvel desafetado com os empreendedores do Cristal Shopping.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, este Vereador entende que, na forma do artigo 101 do Regimento, o Requerimento não pode ser votado porque antes dele há um pedido de Comissão Especial. Devo lembrar a S. Exa. que, em maio deste ano, foi apresentado um Requerimento de Comissão Especial, e também que só pode ser votada a urgência depois da retirada do Requerimento de formação de Comissão Especial.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa vai tentar esclarecer a V. Exa.. Vamos suspender momentaneamente esta votação; votaremos outros Requerimentos, enquanto a Assessoria busca informações para esclarecer o Ver. João Dib.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Mas estão assegurados os encaminhamentos?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, estão assegurados.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Ver. João Dib havia pedido uma Comissão Especial para estudar este Processo, mas, por alguns motivos, não houve possibilidade da formação dessa comissão. Acontece que, no Pedido de Urgência, é formada uma Comissão Conjunta, a qual praticamente funciona como uma Comissão Especial. Eu solicitaria à Mesa que esta comissão pudesse funcionar exatamente como funcionaria uma Comissão Especial, porque ela não vai fazer um outro trabalho que o de uma Comissão Especial e que o próprio Ver. João Dib fosse ser indicado como o Relator. É a sugestão que faço à Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento para que seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta da CCJ e CECE. PLL nº 202/97 que concede o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre a Marco Antônio Figueiredo Luz - Fugheti Luz, de autoria do Ver. João Motta. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.fprqsnextadditivefetpntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxtapntxta

Requerimento de autoria da Mesa Diretora, para que o Plenário autorize a realização de Sessão Ordinária em data a ser definida na Sede do Centro Comunitário da Restinga.

A Mesa informa que está havendo algum equívoco, porque nem sequer este Presidente assinou este Requerimento que estava sendo discutido pela Mesa para depois vir a Plenário. Existe a necessidade de esclarecimento da população, dos interessados da região da Restinga. Houve um equívoco em colocando à votação este Requerimento.

Em votação Requerimento nº 291/97, do Ver. Guilherme Barbosa: uma Moção de Apoio à Associação dos Serviços Municipais de Saneamento pela luta contra o Projeto de Lei 2166 do Sen. José Serra, que visa passar o saneamento para o âmbito dos Estados.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Esclarecimento): Há pouco, ouvi a manifestação de Liderança do Ver. Guilherme Barbosa sobre o mesmo tema objeto deste Requerimento. Não conheço o teor do Projeto de Lei que ensejaria uma manifestação sobre política de saneamento.

Posso até dizer que, talvez, o Vereador tenha toda a razão, mas tenho dificuldade de manifestar-me sobre um projeto que eu não conheço.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, diante dessa manifestação, consulta o Ver. Guilherme Barbosa sobre a possibilidade de transferir a votação do Requerimento nº 291/97, para a próxima Sessão, uma vez que não entrou em encaminhamento, a fim de atender essa solicitação.

A Mesa recebeu, há poucos instantes, um material, enviado pelo Ver. Guilherme Barbosa, solicitando que fosse distribuído a todos os Vereadores um manifesto de lançamento da Frente Nacional de Saneamento Ambiental. É um material interessante e farto. Consulto o Ver. Guilherme Barbosa, sobre a transferência da votação de seu Requerimento.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, acato tanto a observação feita pelo Ver. Isaac Ainhorn, como a feita por V. Exa.. Solicito que façamos a votação desse Requerimento na Sessão de quarta-feira, ao tempo em que nesse período, buscarei anexar cópia do Projeto de Lei, além de todo esse material que V. Exa.. referiu.

 

O SR. PRESIDENTE: Essa questão foi encaminhada de uma forma combinada, mas a palavra ainda está disponível.

Por solicitação, com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Pergunto ao Ver. Guilherme Barbosa se naquele conjunto de informações enviadas à Mesa está o Projeto em si.

 

O SR. PRESIDENTE: Está incluído.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Na mesma linha que V. Exa. conduziu, eu gostaria que esta Liderança também recebesse o Processo para anexar uma análise que a Deputada Yeda Crusius tem a respeito do Projeto do Senador José Serra, a fim de que os Vereadores disponham de ponto e contraponto, porque parece-me que se há uma posição da Associação Nacional deverá haver também uma análise dos motivos pelos quais o Governo está encampando esse Projeto do Senador José Serra.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa anexará os documentos que receber.

 

O SR. lº SECRETÁRIO: Requerimento nº 282/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.(Lê.) "Quer que seja ouvida a Comissão de Constituição e Justiça acerca da legalidade do Requerimento nº 269/97, que originou a CPI para apurar atividades do DEMHAB nos últimos cinco anos".

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): Esse Requerimento já foi aprovado, tanto que como Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, eu pedi sustação do prazo em razão da oitiva que deve ser feita da Comissão de Justiça e que foi aprovado pelo Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa está encontrando dificuldade nessa duplicidade de documentos que estão chegando.

 

O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente, esse é o segundo Projeto que já havia sido aprovado. Um V. Exa. já retirou. E esse já foi aprovado também.

 

O SR. PRESIDENTE: Não. Esse não tinha sido votado ainda.

 

O SR. JOÃO DIB: Não. Foi votado em fim de Sessão. O último Requerimento votado foi esse

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai fazer o mesmo processo dos demais, vai conferir, levando em conta as observações do Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Proponho que se vote sem encaminhamento, não há problema nenhum.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos votá-lo na quarta-feira, com os esclarecimentos necessários. Se fazem questão, votamos agora.

 

 O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Aproveitando a presença da nossa Procuradora, quero dizer que a Comissão, em primeiro lugar, teve o número de assinaturas legais previstas no Regimento. Foi, portanto, automaticamente deferida por V. Exa.

Indago se não é intempestiva, agora, uma consulta à Comissão de Justiça.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Na oportunidade em que foi convocada a primeira reunião dessa Comissão Parlamentar de Inquérito, nós, de plano, fomos os primeiros a nos manifestar e fizemos a solicitação aos membros da Comissão, cujo Vereador mais idoso era o Ver. João Dib, que presidiu aquela reunião, para que, tendo em vista os fatos narrados, tipificados como objetos da CPI, não serem determinados, esse expediente fosse encaminhado à CCJ. Entendeu a maioria, naquela reunião, e eu peço vênia aos Vereadores que lá estavam, no sentido de que seria importante que esta matéria fosse a Plenário.

Por isso, na primeira oportunidade, encaminhei este Requerimento que, há muito, está aí colocado. Posteriormente, o Ver. João Dib convocou reunião desta Comissão, na qualidade de mais antigo, e ressalte-se que, na primeira reunião, não foram escolhidos nem o Presidente, nem o Relator da matéria, em face da questão suscitada. É claro que, por uma questão ética, informei a nobre Vereadora Requerente, tão logo protocolou o Requerimento, de que eu teria esta iniciativa, porque eu não tinha consciência de não havia fato determinado. Para concluir, não quero repetir, dizer que é de clareza solar , mas o é, de que não há fato determinado, não entendo que haja qualquer óbice para que esta matéria seja encaminhada à CCJ, para se dirimir.

Não é possível que os Vereadores venham a se debruçar num trabalho cansativo, importante, para que, depois, a Comissão perca a sua substância jurídica. Então, é prudente e é regimental e orgânico que este expediente seja encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe os Requerimentos, coloca-os em votação e o Plenário vai decidir, porque ela não pode ser arbítrio de questões que são contraditórias entre Vereadores. Não há como começarmos a fazer este tipo de mediação. Então, eu coloco a matéria em votação e que seja definido pelo Plenário.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu acredito que nós não podemos votar este Requerimento, porque o Ver. João Dib informou ao Plenário que esta matéria já foi votada. Acho que praticaríamos um erro se colocássemos em votação uma matéria que já aprovamos, nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, a Assessoria Legislativa confirma que este Requerimento não foi votado. Então a única forma de dirimir as dúvidas é colocá-lo em votação. Por isso a Mesa estava tentando encaminhar nesse sentido e é o que pretendemos fazer neste momento.

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O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a minha Questão de Ordem é no sentido de que tanto a minha manifestação como a do Ver. Juarez Pinheiro sejam anexadas ao presente Processo, se aprovado, para serem examinadas preliminarmente pela Comissão de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE: Está aceito a solicitação, Ver. Antonio Hohlfeldt. Em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro.

    

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 282/97.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho buscado nesta Casa separar claramente o que sejam posições partidárias, ideológicas e o que reza o Regimento da Casa, o que é institucional, e é nesse sentido que estou fazendo este encaminhamento uma vez mais.

Entendo que pelo Regimento, cumprida as exigências das assinaturas, havendo um requerimento que discriminou objetivamente os motivos do pedido da CPI, encaminhada essa CPI com as indicações partidárias e sendo ela constituída, é absolutamente intempestivo o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro. O risco que corremos é de o poder de um conjunto de Vereadores ser contestado e depois desautorizado dentro da composição de uma Comissão que é legal, mas que é também política e que tem decidido, muitas vezes, política partidariamente. Mostro isso a partir de alguns pareceres do próprio Ver. Juarez Pinheiro, projetos de vários Vereadores que têm pareceres da Procuradoria da Casa pela legalidade e pareceres aprovados na Comissão pela sua inconstitucionalidade, o que gera uma situação muito curiosa - de dois profissionais preparados no mesmo campo terem visões absolutamente diversas.

É dentro dessa perspectiva, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que fiz imediatamente o Requerimento anterior de que se anexássemos ao Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, se aprovado, a Questão de Ordem por mim levantada e a Questão de Ordem contraproposta pelo nobre Ver. Juarez Pinheiro para que a Comissão de Justiça, presidida pelo Ver. Elói Guimarães, possa examinar, preliminarmente, do ponto de vista legal, se cabe ou não receber o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro e, depois, se cabe ou não considerar o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, porque estaremos, aqui, decidindo sobre duas questões fundamentais, duas questões institucionais.

Eu não entro, sequer, no mérito da matéria. Aprendi, no entanto, ao longo desses 16 anos, em que fui, às vezes, situação e, às vezes, oposição que ou nós temos regras que servem para todos ou então, realmente, nós mesmos, membros desta Instituição, estamos renegando. É nesse sentido que tenho uma preocupação fundamental. A disputa partidária, a disputa política, essa se faz no dia-a-dia e é da questão diária da Casa, da característica da Casa, agora, nós não podemos ler regimentos e interpretar regimentos segundo interesses partidários ou momentâneos. É nessa linha a minha preocupação e é nessa linha o porquê de eu solicitar que a Comissão, ao examinar o Requerimento, examine, também a viabilidade de se aceitar esse Requerimento, porque, no meu entendimento, se poderia ter havido uma contestação anterior, ela deixa de ser oportuna a partir do momento em que as bancadas apresentaram os seus nomes, a Comissão foi constituída e formalizou, inclusive, a presidência da mesma.

Então quero deixar aqui a minha posição, respeitosamente, ao Ver. Juarez Pinheiro, mas, também, estou preocupado com as questões institucionais trazidas pelo Regimento e pela Lei Orgânica, que nós devemos respeitar e seguir. Nesse sentido, encaminhar contrariamente ao Requerimento do nobre Vereador Juarez Pinheiro. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero, preliminarmente, agradecer o elogio que recebi do Ver. Antonio Hohlfeldt, no sentido de que este Vereador está cumprindo as suas obrigações nesta Casa, porque ele sabe, já que é autor de um livro muito requisitado por todos os Parlamentares, onde ensina como se trabalhar no Parlamento, que o cumprimento da legislação, da questão da legalidade é uma tarefa dos Vereadores.

Sou membro da CCJ, nobre Ver. Antonio Hohlfeldt, e, realmente tenho zelado por cumprir as minhas tarefas. Quero informar a V. Exa. - e cito como testemunhas os Parlamentares de outros partidos que compõem aquela Comissão - que voto contra as minhas propostas quando estas, verificadas na CCJ, possuem vícios de legalidade ou constitucionalidade. Os Vereadores Elói, Nereu, Dib, Pujol são testemunhas do que afirmo.

Tomei toda a precaução ética ao formular esse Requerimento, inclusive informando à nobre Vereadora requerente da CPI que eu teria esse procedimento relativamente à questão, com base na Constituição Federal, e no que dispõe o art. 59 da LOM, que diz ipsis litteri": “as CPIs, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas para apuração de fato determinado e por prazo certo, mediante Requerimento de um terço dos Vereadores”.

Na primeira reunião da Comissão, quando deveriam ser escolhidos o Presidente, que inicialmente seria a própria Vereadora requerente, e o Relator, este Vereador, poderiam tirar o quórum, juntamente com o Ver. Guilherme Barbosa, para que a Comissão não se instalasse, mas não o fez em respeito aos Parlamentares presentes e a um acordo que foi firmado com aqueles Vereadores, no sentido de que nós manteríamos o quórum da Comissão, não escolheríamos o Presidente e o Relator, e esse expediente seria encaminhado para apreciação da CCJ.

Portanto, Ver. Antonio Hohlfeldt, todos os procedimentos deste Vereador foram dentro da ética, dentro da legalidade.

Parece-me, agora, aprofundando a questão, que é importante dizer-lhe duas coisas. Não temos nenhum problema com a instalação dessa CPI do DEMHAB. Queremos apurar os fatos que deveriam estar aqui narrados ou quaisquer outros que venham a ser levantados. A questão é que na forma como foi colocado não tem, realmente, como verificar, no requerimento, um fato determinado, ou seja, Objetivos da CPI. Vou ler:

“7.1. Atividades de interveniência desenvolvidas pelo DEMHAB nos últimos cinco anos, incluindo o presente ano, ora em desenvolvimento, junto às populações carentes no sentido de viabilizar a moradia popular através de financiamentos alcançados junto ao Governo Federal.

7.2. Identificação de responsabilidades, se houver.

7.3. Busca de alternativas, soluções e encaminhamentos para as questões levantadas."

Este Vereador tem o juízo de valor que aqui não se acha um fato determinado, e, por isso, fez esse requerimento.

Parece-me que é uma atitude de prudência, desta Casa, que esse assunto seja apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça, para que não venhamos a nos debruçar num trabalho estafante e que pode perder o seu objeto com medidas que forcem a verificação da questão de fato determinado.

Então é importante que tenhamos a posição da CCJ para que, com a sua decisão e submetida a este Plenário, possamos trabalhar de forma tranqüila na averiguação dos fatos apontados pela nobre Vereadora requerente. Nesse sentido pedimos a sensibilidade do Plenário para que vote favoravelmente a esse Requerimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia encaminha pelo PMDB.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Comissão de Inquérito, Ver. Juarez Pinheiro, tem objetivo claro na medida em que foi subscrita por dezessete Vereadores e deferida pelo Sr. Presidente.

Então, que se cumpram os prazos, para que a Comissão possa realizar as avaliações, as investigações das denúncias para que esta Casa tenha conhecimento do relatório. O que me surpreende é que a solicitação de V. Exa. é do dia 10 de novembro. A Vera. Anamaria Negroni, foi a primeira Vereadora que subscreveu o documento da solicitação da Comissão Parlamentar de Inquérito, se não me engano foi dia 27, ou 28 de outubro. Estamos no dia 1º de dezembro, entramos em recesso dia 15 de dezembro para somente voltarmos dia 15 de fevereiro. Estamos com um problema e devemos ter a coragem de enfrentá-lo.

A Comissão, no entendimento deste Vereador, já deveria estar trabalhando dentro da sua normalidade, e parece que num primeiro momento isso não aconteceu exatamente pela solicitação do Ver. Juarez Pinheiro, não aprovado o Requerimento de V. Exa. a Comissão já deve estar legalmente constituída sob a Presidência do Ver. João Dib, e deve iniciar seus trabalhos. Vejam: os trabalhos desta Casa serão interrompidos dia 15 em meio a uma Comissão. Se tivéssemos, no início, quando V. Exa. indagava, dia 10 de novembro, se naquele momento tivéssemos feito valer o Regimento desta Casa essa Comissão já estaria trabalhando há vinte dias e teria mais quinze dias para trabalhar, tempo suficiente para que diz 15 de dezembro já tivéssemos o Relatório da Comissão.

O Ver. Antonio Hohlfeldt dizia com razão: uma comissão permanente da Casa, a Comissão de Constituição e Justiça, formada por sete Vereadores, teria um poder maior do que todo um Parlamento. Ver. Juarez Pinheiro, até concordo com as dúvidas de V. Exa., mas o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito é suficiente para que nós pudéssemos - e esse é o objetivo da Casa, tenho certeza, na sua totalidade - investigar, averiguar os fatos, mas desde que a dúvida de V. Exa. fosse mantida no decorrer da Comissão, e poderíamos definir isso muito bem, e estaríamos trabalhando. O que este Vereador entende é que V. Exa. - estrategicamente e com muita competência, defendendo um pensamento - quis trancar o andamento da CPI.

É inédito na história desta Casa, em diversas CPIs que já foram solicitadas e deferidas pelo Sr. Presidente, se levar a uma Comissão Permanente da Casa, no caso a Comissão de Justiça, uma dúvida correta, lógica que um Vereador - dois, no máximo - pudesse ter sobre uma decisão de 17 Vereadores, e indeferido pelo Presidente da Casa. Nós temos que ter cuidado, porque agora estamos de mãos amarradas. Vamos dar seguimento, não vamos aprovar esse Requerimento.

A Comissão tem de começar a funcionar no outro dia. Nós vamos parar no dia 15 de dezembro e só vamos retornar no dia 15 de fevereiro. V. Exas. sabem que essa é uma maneira de esfriar uma Comissão, de esfriar um trabalho investigativo. E este é o objetivo da Comissão. Eu não estou aqui querendo acusar ninguém, até porque não sei os fatos e, pertencendo a essa Comissão, quero, através dela, poder investigar. Mas não há dúvida de que, iniciado o trabalho da Comissão, e tendo obrigatoriamente que ser interrompido 15 dias após para recomeçar 60 dias depois, esfria todas as investigações e todas as apurações.

Eu insisto em ressaltar, nobre Vereador Luiz Braz, que foi assinado no dia 10 de novembro, decorrente de um pedido de CPI feito pela Verª Anamaria Negroni no dia 27 ou 28 de outubro. Nós teremos tempo suficiente para, no dia 15 de dezembro, ao final dos trabalhos legislativos deste ano, para apresentar um parecer para esta Casa legislativa votar. E por isso, até para deixar esta Casa numa situação de dúvida, voto contrariamente a esse Requerimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para refrescar a memória da Bancada Petista, eu vou pedir aos integrantes do PT que façam uma verificação nos Anais da Casa deste ano, numa discussão que houve entre dois Vereadores: Hélio Corbellini, naquela época da Bancada do PT e hoje na Bancada do PSB, e Guilherme Barbosa, da Bancada do PT. Houve uma troca de acusações através da imprensa. E essa troca de acusações envolveu, o DEMHAB. Lembro-me muito bem que o Ver. Guilherme Barbosa me disse que apoiaria qualquer Comissão que fosse constituída nesta Casa para apurar aqueles fatos.

Os fatos dos quais eu estou falando são relacionados com o DEMHAB, e que não estão aqui nesta CPI. A CPI, é claro, não vai investigar fatos vinculados ao DMAE e que envolviam então, aí, o Ver. Guilherme Barbosa. Estou falando aqui o que é correto, posso chamar os dois Vereadores aqui porque isso foi jogado através da imprensa, isso não é o Vereador que inventou. Eu estou falando o que saiu através da imprensa, a população conhece, a população sabe.

Ora, se isso não é fato determinado, se o que o Ver. Barbosa disse com relação ao DEMHAB não é fato determinado, se aquilo que está aqui no requerimento da CPI dizendo: "Atividade de interveniência desenvolvidas pelo DEMHAB nos últimos cinco anos, incluindo o presente ano", o presente ano ora em desenvolvimento, no sentido de viabilizar a moradia popular. Ora, nós estamos falando aqui do Parque dos Maias ou nós estamos falando grego. Ou o Ver. Juarez Pinheiro precisa que se traduza tudo o que está aqui no documento, ou precisamos faltar a ética para que o Ver. Juarez Pinheiro conheça os fatos e saiba que isso é um fato determinado, dito por um Vereador de sua própria Bancada.

Um Vereador de sua Bancada disse que acontecia algo dentro do DEMHAB e esse algo que acontecia envolvia a administração petista. O Ver. Hélio Corbellini dizia de algo que acontecia dentro do DMAE, e esse algo que acontecia dentro do DMAE envolvia também a administração petista e, mais especificamente, o Ver. Guilherme.

Nós estamos lidando aqui com fatos determinados. Ou o PT, de repente, tem um entendimento sobre fato determinado lá no governo do Estado e outro entendimento sobre fato determinado aqui no governo Municipal. porque lá no governo do Estado, lembro-me que quando o Governador Collares estava administrando a Cidade, surgiu uma CPI que foi a mais generalizada possível e foi entendida lá como fato determinado. Aqui, eu não sei por que esse medo da Bancada Petista de ser investigada. A investigação é absolutamente normal, Ver. Juarez Pinheiro. Não é porque uma Comissão de Inquérito está sendo formada que, de repente, já existe culpa. O melhor, inclusive, Ver. Juarez Pinheiro, é que exista investigação até para que, dentro da investigação, o Governo de V. Exa.. possa provar que não tem culpa nenhuma.

Então, creio que seria V. Exa.. o primeiro a querer que esta CPI começasse a funcionar imediatamente, se não a dúvida vai fazer com que sempre, realmente, alguém esteja acusando, como se culpada fosse, a administração que faz o Partido de V. Exa.. Este fato que aqui está foi fartamente divulgado por um Vereador da Bancada de V. Exa..

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, é que nos termos do nosso Regimento, a Comissão Parlamentar de Inquérito é para se averiguar alguma irregularidade. A Comissão terá que, no seu prazo de 30 mais 30 dias, vir a comprovar, ou seja, considero que o orador não foi preciso e pode nos induzir a erro quando estabelece, diferente do Regimento, que o Governo deverá provar a sua inocência. É o contrário, a CPI do nosso Regimento está prevista como um caminho através do qual aqueles Vereadores e a Câmara deverão comprovar que existe irregularidade, não ao contrário, de que o Governo deverá comprovar que é inocente. Até prova em contrário, a inocência existe.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa considera que trata-se de uma opinião, de um esclarecimento e não propriamente de uma Questão de Ordem.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Apenas para sanar uma injustiça, não foi o Ver. Guilherme Barbosa quem fez as acusações. O Ver. Hélio Corbellini acusou o Ver. Guilherme Barbosa aqui. As acusações foram feitas pelos próprios moradores. Muito obrigado.

 

     (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 282/97.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Sr. Presidente, já que V. Exa. acompanhou, atentamente, o debate, e que o último orador disse que o objeto da CPI era o Parque dos Maias, a minha pergunta é se existe uma outra CPI - do Parque dos Maias -, porque, até onde sei, o debate feito até hoje era sobre o Jardim Leopoldina.

 

O SR. PRESIDENTE: O pedido de esclarecimento é pertinente. O Ver. Luiz Braz, que estava na tribuna, concorda ter havido equívoco.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): O fato é tão específico que a Liderança do PT sabe onde é, ou seja Jardim Leopoldina.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, isso não é uma Questão de Ordem e é um desrespeito à Mesa.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, insurge-se o requerente, Ver. Juarez Pinheiro, quanto à tipificação da espécie: tratar-se, ou não, de fato determinado.

Eu quero colocar aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu entendimento acerca da referida matéria, mais no campo da sua processualidade do que, propriamente do mérito. Não vou entrar no mérito.

Evidentemente, o Requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito preencheu os pré-requisitos - o número de assinaturas - e entende tratar-se de fato determinado. Por outro lado, creio não haver nenhum prejuízo, do ponto de vista da CPI, no fato de se ouvir a Comissão de Justiça.

A resolução técnica da Comissão de Justiça, a meu juízo, irá para o processo da CPI como uma decisão sobre esse aspecto, que na minha opinião, a Comissão instalada, preenchidos os requisitos e recebida, em última análise, é irreversível. Ela terá a sua marcha e irá à sua conclusão, tomando ou não decisões acerca da referida matéria.

Parece-me que o que busca o requerente é ter sobre esse aspecto uma definição: trata-se de fato determinado ou não? Se a Comissão de Justiça entender não se tratar de fato determinado ou não entendo que esse material, produzido na Comissão de Justiça, irá para os autos da Comissão Parlamentar de Inquérito como um dado, um elemento que lá, sim, no contexto da CPI, será discutido, e poderá ser levantada uma preliminar ao prosseguimento da Comissão. Em cima da decisão da Comissão de Justiça, poderão ser levantadas questões de legalidade, mas na minha opinião, a CPI, uma vez instalada, terá a sua marcha inexorável, posto preenchidos os requisitos como o foi. Ela vai prosseguir e vai a uma decisão.

O provimento da Comissão de Justiça poderá ter algum peso para servir de instrumento para algum recurso no seio da Comissão Parlamentar de Inquérito, mas é irreversível que ela vá apurar todos os fatos. Se a Comissão de Justiça entender que não é fato determinado, o seu peso será discutido, internamente, na CPI.

O que quero dizer é que a consulta feita à Comissão Parlamentar de Inquérito não obsta que a CPI busque a sua finalidade última, que é dizer se há ou não há responsável. Será um dado que ingressará no Processo Parlamentar de Inquérito que vai dizer sob um aspecto que poderá ser usado como preliminar, não de mérito, mas uma preliminar na questão da legalidade. Esse provimento não terá, no meu entender, dada a reversibilidade, inclusive da decisão política, condições de trancar o processo que se instalou: é um processo em andamento. Esse é o meu entendimento. Eu entendo que temos que criar, aqui na Câmara, as condições mais amplas para que se busquem recursos, dessa ou daquela forma, para apurar esse ou aquele entendimento.

É nesse sentido que eu voto com a maior tranqüilidade, o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro com esse entendimento, que fique bem claro, eu entendo que, votado favorável, não tem efeito suspensivo, mas poderá ser um elemento a mais, um dado a mais colocado dentro do processo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): É uma dúvida deste Vereador. O Requerimento, em relação a CPI, caso aprovado, tem ou não efeito suspensivo?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai responder oportunamente.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Esclarecimento): É para informa esta Casa que o Ver. João Dib ingressou com um Requerimento para que os prazos da CPI não iniciem sua contagem enquanto essa questão não seja dirimida, para preservar a integralidade dos prazos. É um Requerimento que ainda não foi votado.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 282/97.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sobre o tema, algumas colocações absolutamente necessárias, sendo a primeira, Ver. Elói Guimarães, de cumprimento a V. Exa. pelos esclarecimentos didáticos que ofereceu sobre à matéria. E a segunda, os cumprimentos ao Ver. Juarez Pinheiro, que politicamente já obteve o que poderia obter com relação a matéria, porque toda a discussão que se faz hoje em torno do assunto é bisantina, na medida em que o objetivo foi alcançado. A CPI foi esvaziada, na medida em que foi deferida a sua constituição e até mesmo procedida a sua instalação, nós estamos em discussão sobre efeito suspensivo ou não de um Requerimento colocado fora de tempo. Isto é, depois de constituída a Comissão Parlamentar de Inquérito é que surgiu esse Requerimento, que é absolutamente fora de tempo.

Eu quero alertar ao Ver. João Dib, como Vereador mais antigo que compõe a Comissão e a quem coube a tarefa de presidir a instalação da CPI, que o prazo está correndo. Não há mais requerimento que suspenda isso. A CPI está instalada já há 15 ou 20 dias, o prazo está correndo e nós não estamos fazendo absolutamente nada para cumprir com as nossas responsabilidades, que a designação como integrante dessa Comissão nos foram deliberadas. Não há discussão a respeito de um fato já absolutamente formalizado. A CPI foi requerida de acordo com a Lei e com o Regimento da Casa e, nesses termos, foi deferida. Não foi questionado o ato do Sr. Presidente, que deferiu a constituição da Comissão Parlamentar de Inquérito. Somente depois de ouvidas as Lideranças, indicados os integrantes e instalada a Comissão é que surgiu esse Requerimento, fora de tempo, que produziu, na prática, esses efeitos, embolou o meio de campo, embananou o processo e o Ver. Fernando Záchia, que é integrante da CPI, está há vinte dias aguardando a segunda Sessão da CPI, sem que ela se instalasse. Também o Ver. Elói Guimarães já esclareceu que o tempo está correndo. O tempo está correndo e a Comissão está perdendo o curto espaço de tempo de que dispunha para realizar as suas tarefas.

Evidentemente, Sr. Presidente, nós vamos ser responsabilizados perante a opinião pública. Pela primeira vez serão os próprios integrantes da Comissão que vão se encarregar de esvaziá-la. Esvaziá-la, como? Não trabalhando. Esvaziá-la como? Não realizando as suas tarefas. Essa discussão aqui, sobre ouvir ou não a Comissão de Justiça, é absolutamente desnecessária. Qualquer decisão da Comissão de Justiça não tem efeito sobre a decisão correta do Vereador Presidente que, dentro de suas prerrogativas como Presidente da Casa, recebendo um Requerimento assinado por 17 Vereadores, entendeu de deferir a formação da CPI. Ela está formada. Se se instalou por inteiro ou não, é outro problema, não pertence mais à Presidência, pertence aos onze integrantes da CPI, que não podem mais ficar discutindo o sexo dos anjos, têm que, imediatamente, cumprir ou deixar de cumprir a sua tarefa.

É nessa linha que temos que caminhar. Ouvir a Comissão de Justiça ou não ouvir é irrelevante no processo. Qualquer coisa que a Comissão de Justiça, do alto da sua competência, venha a dizer, já esclareceu o Presidente da Comissão; Ver. Elói Guimarães, qualquer coisa que se diga é um elemento a mais no processo, mas não vai decidir se ela terminou nem se ela continua; mas, ela só pode continuar, porque ela está instalada e, mesmo, qualquer ato, no sentido de evitar que ela prosseguisse, já correu tempo, já não é mais possível. A Comissão Parlamentar de Inquérito está constituída, tem as suas delimitações colocadas, em termos parlamentares, pela sua primeira requerente e, nessas condições, tudo o que está ocorrendo é absolutamente desnecessário.

Usando a expressão que me ofereceu, como socorro, o experimentado parlamentar Pedro Américo Leal, tudo isso é uma discussão bizantina, inconseqüente, infrutífera, desnecessária e que não leva a nada; a não ser o fato de já estarmos conseguindo esvaziar a CPI. A inteligência do ilustre Ver. Juarez Pinheiro, com a sua capacidade de argumentação, criou um episódio formalístico que, na prática, produz efeitos. A CPI que foi instalada está-se esvaziando, porque não está funcionando. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco solicita licença para tratamento de saúde no período de 1º a 3 de dezembro.

A Mesa declara empossado o Suplente Leão de Medeiros, em substituição à Vera. Tereza Franco, nos termos regimentais. Também integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.

O Ver. João Dib com a palavra, para encaminhar o Requerimento nº 282/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores antes de mais nada desejo esclarecer uma afirmação que fiz ao início deste debate. Disse que o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro já havia sido aprovado e que, por equívoco, estaria sendo votado novamente. Foi um lapso, a Sessão se encerrou no dia 21 sem que o Requerimento do Vereador fosse votado, apesar de ter-se mantido o quórum para que isso acontecesse.

E é tão verdade, que eu, como Presidente da Comissão, fiz uma comunicação ao Presidente da Casa, no sentido de que a partir do dia 21 do corrente manteria suspensos os trabalhos da Comissão. Informamos a S. Exa. que os Srs. Vereadores representantes da Bancada do Partido dos Trabalhadores integrantes desta Comissão, Vereadores Juarez Pinheiro, Guilherme Barbosa e José Valdir não estiveram presentes nesta Reunião, tendo como justificativa para suas ausências, na oportunidade, o encaminhamento feito pelo Ver. Juarez Pinheiro à Comissão de Constituição e Justiça, deste Legislativo, com vistas a extinção desta Comissão Parlamentar de Inquérito. E o Presidente assinou o recebimento, não disse que o prazo cessava, e eu penso que sim, vence o prazo uma vez que, se eu reunisse a Comissão e os três Vereadores do PT citados aqui não comparecessem em três Sessões, teria que excluí-los da Comissão Parlamentar de Inquérito e teríamos um problema.

Devo dizer que não há dúvida nenhuma de que no Requerimento da Vera. Anamaria Negroni há razões sobradas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Cansei de dizer desta tribuna que o empreendimento foi comprado pelo dobro do preço. Todas as avaliações que se tinha anteriormente eram de 0,6cub o m², e foi comprado por 1,2 o m² . Eu já disse desta tribuna que não havia autorização do Conselho Deliberativo do DEMHAB porque ela não apareceu num pedido de informações que fiz.

Então há uma série de coisas que nos levam, com toda a tranqüilidade, a fazer a Comissão Parlamentar de Inquérito, mas como a Mesa não me definiu se o prazo estava suspenso ou não, devo, então, convocar a Comissão Parlamentar de Inquérito, os três Vereadores do PT não comparecem, serão excluídos. Não tenho nenhuma objeção que a Comissão de Justiça fale porque tudo fica claro, não tem razão de procrastinação pois o PT é muito bom nisso aí. Vejam o que aconteceu com o IPTU que o PT queria emendar, levou na Comissão de Justiça, pediu vista, e ousadamente tentou, aqui no Plenário, adiar a votação, isso não existe. Eu não tenho nenhuma restrição que a Comissão de Justiça fale, mas eu entendo que o prazo está suspenso porque não posso reunir uma parte da Comissão, onde a parte que seria acusada, a que teria que trazer defesa não aparece. Não parece uma coisa boa. Considerando que o Art. 61, do Regimento diz que faltando três vezes os integrantes são excluídos da Comissão, eu não tenho como pensar de outra forma. Acho que o tempo deve ser suspenso e também acho que a Comissão de Justiça, amanhã, deve dar sua opinião final porque não é um assunto tão controvertido. Esperando que, seja qual for a opinião da Comissão de Justiça, o PT não venha a usar de prazos para procrastinar mais um assunto tão debatido. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa fica na obrigação de esclarecer este Plenário que não pode suspender o trabalho de uma Comissão Parlamentar de Inquérito se ninguém pediu essa suspensão. Não é essa a minha função, não se pode dizer que a Mesa fez, ou não fez tal coisa. A Comissão foi formada, existiu uma demanda de uma parte da Comissão, que no caso são os representantes do PT, e numa decisão política, por enquanto não oficial com relação à Mesa, entraram em acordo de que seria suspenso enquanto não se dirimisse a dúvida. Isso foi o que se passou aqui, num discurso de Plenário. O Presidente não tem o que fazer a não ser que haja um Requerimento oficializando partes. Existe um Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, na Mesa, que pede alguns procedimentos o Plenário aprova ou não. É essa a questão que está colocada.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Se porventura a Comissão já foi constituída e já teve eleito seu Presidente e o seu Relator, se ela já está empossada? Se ela já está empossada o prazo começou a correr? Se ela não está empossada, se ainda não existe a constituição da Comissão definitiva, não existe nenhum prazo correndo, porque o prazo só começa a correr, quando a Comissão se constitui. Se porventura a Constituição já está constituída, esta decisão que estamos tomando aqui hoje deveria se dar no seio da Comissão, e não no Plenário.

 

O SR. PEDRO RUAS: Apenas aguardo a resposta com relação àquela questão de esclarecimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Se há efeito suspensivo ou não. É isso?

 

O SR. PEDRO RUAS: Na votação desse Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Se aprovado terá o efeito suspensivo?

 

O SR. PEDRO RUAS: É essa a resposta que aguardo.

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): No dia dez de novembro comuniquei a V. Exa. que a Comissão foi instalada sem que fosse escolhida a sua direção, quem faria o Relatório e quem seria o Vice-Presidente. No dia vinte de novembro faltou quórum e no dia vinte e um de novembro procedeu-se a eleição. No dia vinte e quatro de novembro encaminhei um ofício a V. Exa. e apenas foi dado como recebido. Quem tem a Procuradoria na mão é a Mesa, então deveria ter informado a este Vereador que não cabia a suspensão do prazo. Mas entendo que há um problema sério que deveria ter sido suspenso. Por isso eu o propus. Mas se não foi suspenso, não tem problema. Eu encaminho uma nova reunião, contando já uma falta para os Vereadores do PT.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Senhor Presidente, através de V. Exa. quero pedir um esclarecimento. Se aquilo que o Ver. João Dib leu na tribuna era uma Ata da reunião ocorrida no dia 21. Eu não fui, por uma falha da Assessoria, convocado para a reunião no dia 20, quinta-feira. Estava na reunião da Mesa Diretora. Comunicado por telefone que havia essa reunião, me dirigi a ela. Estive lá. Faltou quórum, e foi dito que far-se-ia uma reunião no dia seguinte, sexta-feira, aqui no nosso saguão. Essa reunião formal, se houve, não sei. Foi trazida a este Vereador a Ata para assinatura. Eu não assinei. Quero fazer essas colocações porque a Ata não está de acordo com o que ocorreu. Este Vereador não faltou a nenhuma reunião.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Senhor Presidente, eu lastimo profundamente que as pessoas não lêem. Eu li a Ata. Senão eu já deixo de falar! Não quero mais falar e não quero mais ouvir, também. Se estou acusado de ter feito uma ata incorretamente por alguém que não tem condições morais para isso, só posso ficar quieto!

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa é a única que não tem direito de perder a calma. Mas há um momento em que a Mesa vai suspender a Sessão se não houver uma forma de encaminhar. Estamos há quase uma hora discutindo um Requerimento que poderia ter sido votado logo no início, contra ou a favor. Estamos nos desgastando num processo que não tem cabimento. Eu não retirei a palavra, apenas ia dizer a V. Exa que fosse breve, porque estamos numa troca de informações que acabam se tornando em encaminhamentos.

Ver. Guilherme Barbosa, V. Exa. consulte o Ver. João Dib, que está com o material nas mãos. Eu não posso esclarecer uma coisa que está dentro do âmbito da Comissão, eu não posso nem dar opinião sobre isso. Não cabe ao Presidente objetar ou colocar as questões desta forma.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Não se entrega para a Comissão a solução de tudo isso?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa já informou que está tudo no âmbito da Comissão, a Mesa não vai opinar sobre isso.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu acho que nós estamos chovendo no molhado, estamos tentando resolver alguma coisa que está em outro campo de atividade, a Comissão.

    

O SR. PRESIDENTE: Só que existe, Ver. Pedro Américo Leal, um Requerimento na Mesa, que está em encaminhamento, para ser votado, e, neste momento, fechou nove Bancadas, que se inscreveram. Faltam três oradores: Ver. João Motta, Ver. Nereu D'Ávila e Ver. Lauro Hagemann. Nós encerraremos a discussão, porque não há mais como regularmente, fazer outra coisa.,

O Ver. João Motta está com a palavra, para encaminhar o Requerimento nº 282/97.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não fomos nós, da Bancada do PT, que criamos a polêmica acerca deste Requerimento. Quero frisar isso. Aliás, me parece que solicitar auxílio da Comissão de Justiça é o que mais se faz neste Plenário e o que menos polemiza. Eu sou Relator de três Questões de Ordem, solicitadas, por coincidência, pelo Ver. João Dib, e a praxe deste Plenário é sempre conceder. Eu não sei por que se levantou uma polêmica sobre este assunto.

Aqui, se levantou a suspeita de que a nossa Bancada quer obstaculizar a CPI. Segundo, que nós queremos, com isso, desviar o objeto das atenções do Plenário. O Ver. Elói Guimarães foi absolutamente claro, e nós nos sentimos representados pelo encaminhamento do Ver. Elói Guimarães. Basta remeter para a Comissão, onde vai haver uma manifestação técnica a respeito do assunto. Não é o momento de fazer política sobre esse Requerimento, que tem uma natureza eminentemente técnica. Portanto, falaram mal os Vereadores que tentaram deduzir toda uma significação política a respeito disso. Nós vamos chegar na política, mas na CPI, na Comissão, aqui vale o rigor técnico do Regimento.

Lembro a este Plenário de uma CPI que ficou na memória do povo brasileiro - a CPI Collor, Ver. Antonio Hohlfeldt, como começou a CPI Collor? Com o Requerimento da oposição, genérico e vago? Não, foi um fato concreto, qual seja, o depoimento do motorista Eriberto, do Ex-Presidente Collor. Isso é fato. Portanto, tecnicamente, a nossa Lei Orgânica está correta, o nosso Regimento interno está corretíssimo. Ele não abriu leitura e imagem para generalizações com relação a isso.

Com todo respeito à nossa colega Anamaria Negroni, uma das Vereadoras mais atuantes nesta Casa, o problema é que o seu Requerimento é genérico, vago. Vossa Excelência pode, a partir desta discussão, e no desenvolvimento desta Comissão precisar o Requerimento. Agora, pela leitura do Regimento nós não vamos deduzir do seu Requerimento um fato determinado. É um lapso de, pelo menos, dois, três anos sobre tudo que aconteceu naquele lapso de tempo no que diz respeito a todas as negociações e conjuntos das comunidades que lá estão envolvidas. Qual é o fato determinado? Nenhum.

Outro exemplo, quando sofremos uma das primeiras CPIs aqui nesta Câmara, na gestão do Olívio Dutra, sobre a famosa publicação pornográfica, qual era a denúncia, Ver. João Dib? Eu lembro de polêmicas que estabelecemos com o Ver. Vicente Dutra. Era clara e cristalina a denúncia: má-utilização de verbas públicas através da utilização de mil folhas que foram doadas numa tentativa de sanar o erro administrativo da administração, na época, assumido e confessado. Isso é fato e neste Requerimento não tem fato, tem uma descrição.

Portanto, "data venia", e com todo o respeito que nós temos pelo Plenário, se a Comissão de Justiça não pode auxiliar a Vera. Anamaria Negroni, não pode auxiliar a Câmara, não pode auxiliar o Plenário para bem determinar o objeto dessa Comissão, eu não sei o que vamos fazer na Comissão, e eu não sei mais o que é objeto determinado conforme prevê o art. 59 da Lei Orgânica. Por isso, achamos que é absolutamente tranqüilo, normal: tanto é que o Ver. João Dib havia concordado, aí, se resolveu politizar o Requerimento. Não é agora que vamos politizar esse assunto; agora, trata-se de uma leitura técnica, nós queremos é preservar a Lei Orgânica no seu art. 59 porque senão, Ver. Leão de Medeiros, quem perde com isso é o Plenário, é a Câmara porque, nós, inclusive, estaremos autorizados a partir de agora de inventar descrições sobre fatos que não atingem por exemplo, a nossa Administração, que atingem, supostamente, prejuízos ao Município e vamos sustentar, aqui, que isso, sim, é objeto e fato terminado.

 Não é o caso, estamos diante de um Requerimento que, tecnicamente, está imperfeito. Por isso, está correto a chamada e ouvida DA Comissão de Justiça. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

    

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann para encaminhar.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não vou me aprofundar no exame desta questão que está se transformando em um verdadeiro aranzel, aqui, no Plenário da Câmara. Eu gostaria, apenas, de recomendar ao Plenário que nós pudéssemos remeter esse processo à Comissão de Constituição e Justiça para que ela se pronunciasse com clareza sobre aspectos técnicos da CPI requerida pela nobre Vereadora Anamaria Negroni.

Eu não vou despender comentários sobre a natureza da CPI porque já me pronunciei várias vezes, eu apenas quero, mais uma vez, preservar a Câmara Municipal de Porto Alegre de algum acontecimento que possa envolvê-la em aspectos negativos. Estamos, em certos momentos, caminhando mal, quando pedimos Comissões Especiais, Comissões de Inquérito, que têm uma natureza diversa, para resolver problemas que não são da magnitude com que se apresentam para os olhos e ouvidos de alguns Vereadores em determinadas circunstâncias.

Por isso, abstenho-me de outros comentários, vou-me reservar para o âmbito da Comissão, mas gostaria de deixar no ar uma desconfiança que me assalta neste momento: intimamente, grande parte dos Vereadores desta Casa está-se convencendo da inutilidade dessa CPI e por isso estão, através de um processo que só Freud explica se recusando a participar das Sessões, como até agora vem acontecendo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Esclarecimento): Gostaria de consultar a Mesa: no Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro não deveria existir ali se o efeito seria suspensivo ou não?

 

O SR. PRESIDENTE: Não consta, e se não consta, mesmo que esteja implícito, cabe à Comissão decidir, por isso vamos votar o Requerimento que dará ensejo para que a Comissão decida sobre o processo. Não há outra saída, e, inclusive, o processo, até agora, caminhou dentro da normalidade. Podemos comprovar isso com os documentos.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Esclarecimento.): Sr. Presidente, V. Exa. acaba de dizer que a Comissão vai esclarecer o efeito suspensivo ou não. A Comissão de Justiça, V. Exa. quer dizer? Ou seja, remete tudo para Comissão de Constituição e Justiça?

 

O SR. PRESIDENTE: Se for para a Comissão lá será esclarecido.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Então, implicitamente, V. Exa. está, comunicando ao Plenário que na Comissão de Justiça vai se decidir. Com isso, para a Comissão de Inquérito. Isso é óbvio.

 

O SR. PRESIDENTE: Não entendi, Vereador.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Se. V. Exa. acaba de dirimir o Plenário sobre uma Questão de Ordem, formulada pelo Ver. Pedro Ruas e na qual eu me incorporei sobre o efeito suspensivo ou não. Agora, a Vera. Anamaria Negroni mostrou preocupação com isso e V. Exa. respondeu que a Comissão de Justiça vai dirimir se existe o efeito suspensivo ou não. Se a Comissão de Justiça vai dirimir a dúvida é evidente, por conseqüência lógica, que a CPI está parada. Vai ficar parada até a decisão da Comissão de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece. Primeiro, a Mesa recebeu do Ver. João Dib o seguinte: (Lê.)

"Comunico que em reunião ocorrida nesta data foram instalados os trabalhos da CPI acima mencionada. Informo, ainda, que assim que for realizada a eleição dos respectivos cargos da CPI será comunicado a V. Exa. "

Eu coloquei visto e encaminhei à DL para juntar no processo. Na seqüência, houve a instalação da Comissão, e o Ver. João Dib, na seqüência, já no dia 24 de novembro e recebido pelo Gabinete no dia 25, dizia o que estava acontecendo e a ausência dos Vereadores do Partido dos Trabalhadores e a demanda que se estabeleceu e que foi motivo de todo esse nosso debate. Dizia, no fim, que solicitava que: "Levando em consideração o acima exposto" - que foi o que foi debatido aqui - "solicita a suspensão da contagem de prazo para o funcionamento da Comissão."

Nesse caso o Presidente não deferiu, porque o Presidente está tomando conhecimento, agora, desse requerimento. Por quê? Eu não sei.

Existe uma demanda que de fato uma parte da Comissão instalada não aceita que esteja claramente definida a denúncia e coloca ¨sub judice¨ essa denúncia e pede à Comissão de Justiça que faça o julgamento se está ou não no corpo da solicitação feita pela Vera. Anamaria Negroni a denúncia constatada ou não. Há essa demanda que está sendo discutida em Plenário, que é o lugar para que seja discutida no sentido de pedir audiência à Comissão de Justiça, uma vez suspensos os trabalhos da Comissão de Inquérito. Aprovado o requerimento ele vai à Comissão de Justiça que vai opinar sobre o assunto, se há ou não um fato que esteja claramente a exigir uma CPI. Essa é uma questão.

Outra questão é uma demanda que chegou feita pelo Ver. João Dib, Presidente da CPI, dizendo que achava que deveria haver suspensão dos prazos até que essa demanda seja resolvida.

São as questões existentes.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Exatamente sobre o que V. Exa. está falando para o Plenário: é que a instalação de uma comissão significa a eleição do seu Presidente, do seu Vice-Presidente, e de seu Relator. Enquanto isso não existir, mesmo que ...

 

O SR. PRESIDENTE: Essa questão já está definida. A Comissão já foi instalada.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas ainda não existe Relator, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Para esclarecer, nobre Ver. Luiz Braz (lê): “... ocorrida nesta data foram eleitos, respectivamente, os Srs. Vereadores João Dib, Carlos Garcia e Reginaldo Pujol para os cargos de Presidente, Vice-Presidente e Relator da mesma.”

Está em votação o requerimento nº 282;97, do Ver. Juarez Pinheiro. Tem a palavra o Sr. Secretário para proceder à chamada para votação nominal, por solicitação do Ver Paulo Brum.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal para votação).

 

O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) 17 votos SIM e 13 votos NÃO. Está APROVADO o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu desejo fazer publicamente um apelo à Comissão de Justiça. Como a Comissão se reúne amanhã, eu gostaria que esse assunto fosse resolvido amanhã mesmo.

 

O SR. PRESIDENTE: Está feita a sua solicitação. Todos os membros da Comissão estão presentes e, seguramente, vão considerar o pedido de V. Exa., se isso for possível.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, eu gostaria de sugerir que, assim como em outra ocasião fez este 2º Secretário que estava fazendo a chamada, aquele Secretário que estiver atuando na Mesa - na maioria das vezes o Ver. Paulo Brum - repita o voto dos Vereadores, porque o telespectador, posteriormente, não conhece o voto de cada um de nós. E é importante, ao saber do resultado, saber também o que cada um dos Vereadores votou.

 

O SR. PRESIDENTE: É uma opinião compartilhada por vários Vereadores. O Ver. Guilherme Barbosa tem razão.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, é só um esclarecimento a este Vereador, que é integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito. A decisão do Plenário, de remeter o assunto à consideração da Comissão de Justiça, suspende os trabalhos da Comissão a partir do ingresso do Requerimento ou da decisão do Plenário?

 

O SR. PRESIDENTE: O Presidente da Comissão, Ver. João Dib, pediu que não contasse prazo e eu vou deferir a solicitação do Presidente. A data é dia 25.

Em votação o requerimento que trata do pedido de urgência do Shopping Cristal, assim denominado para facilitar o entendimento.

O Setor Legislativo recebeu do Protocolo da Casa, com data de 26 de novembro, ofício do Ver. João Dib, requerendo a instalação de uma Comissão Especial. No dia 27 o assunto foi encaminhado ao Setor de Comissões para solicitar a anuência, audiência, das Comissões que tratam do assunto, para que elas digam se abrem mão ou não de sua prerrogativa. Uma vez isso não tendo acontecido, hoje estamos no dia 1º, ainda não temos a resposta da Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação, nem de outras Comissões. Isso é o que consta. No mesmo dia em que foi recebido, foi enviado pelo Setor de Comissões. Tramitou celeremente. Não há resposta ainda. Então, não foi instalada ainda, não existe a Comissão. Ela está sendo solicitada. Neste meio tempo, entrou um Requerimento pedindo urgência daquele projeto, motivo daquela solicitação que ainda não se configurou. É isso o que está acontecendo.

Hoje, existe um Requerimento objetivo na Mesa para ser votado, e nós o estamos colocando em votação.

O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, desde logo, autorizo a taquigrafia a fornecer cópia do meu pronunciamento, a quem a solicitar, sem revisão.

Eu pedi, no dia 6 de novembro, uma Comissão contra a safadeza, contra a desonra e contra a falta de palavra, porque eu sou um homem de palavra. Eu tenho uma vida inteira que daria pela minha palavra e, neste Plenário, no dia 5 de maio, eu pedia uma Comissão Especial para analisar o regime urbano para o Shopping Cristal. Eu não tive a felicidade de ver a celeridade propalada pelo Sr. Presidente para as Comissões.

No dia 13 de maio, o Ver. João Motta recebeu a minha solicitação de Comissão Especial e sentou sobre ela.

No dia 18 de junho, a Comissão de Finanças solicitou o arquivamento porque a matéria já havia sido aprovada neste Plenário. E a matéria só foi aprovada porque João Dib tem honra, e não tem a mesma honra na Bancada do PT, que prometeu ao Ver. João Dib que, duas semanas depois, traria o Projeto definitivo para esta Casa. E a proposição do Ver. João Dib foi arquivada e não poderia ser votada a urgência se o Vereador não retirasse o pedido de Comissão Especial. Hoje já pode, já mudou tudo. Dia 14 de junho foi arquivado na Comissão de Justiça e foi prometido, honra é honra, palavra é palavra, mais do que qualquer documento que possa ser rasgado, pisoteado, mas a honra de um homem não se pisa.

Eu já disse aqui, um dia, quando o PT fez um acordo com o meu ex-partido, que tinha a sigla PDS, que li, em Cervantes, no "Colóquio dos Cães", que "um homem se mede pelas suas palavras". E havia Vereadores, aqui, que latiam e que não tinham palavra.

Num Estado como é o Rio Grande, onde a honra vale a própria vida, o que é que eu vejo? Eu retirei, à pedido do PT, a Comissão Especial. O pedido foi arquivado no dia 14 de junho. Quatro meses e meio depois, chega o Projeto à Casa. Não foi uma nem quatro semanas; foram quatro meses e meio! Isso chama-se desonestidade. Talvez por isso falam tanto da GM. Mas o Projeto da GM foi, inteirinho, para a Assembléia Legislativa ler tudo o que quisesse. No dia 23 de dezembro, o Dep. Flávio Koutzi lia tudo. Aqui tudo está escondido. Tudo escondido! Estão desafetando praça, estão fazendo qualquer coisa para locupletar alguém. Ou, por acaso, esquecem o que já foi dito neste Plenário em relação ao Jockey Club?

Eu cansei de acreditar nos meus semelhantes, porque assim me prometeu o PT, e eu achei que falava e ouvia palavras. Mas, na verdade, eu ouvi latidos, e não mais do que latidos. Lamento profundamente que, num Estado como o Rio Grande, a palavra de honra de alguém valha tanto quanto o latido de um cão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, caso venha a ser aprovado o Pedido de Urgência, e as Comissões, posteriormente, disserem que pode-se instalar a Comissão Especial, como é que fica?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa responderá oportunamente a V. Exa. Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando licença para tratamento de interesse particular, na data de hoje, a partir das 17h25min.

Os. Srs. Vereadores que aprovam o requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com voto contrário da Vera. Maria do Rosário.

O Suplente, Ver. Gilberto Batista, assumirá em seu lugar e integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero registrar que tenho o maior apreço pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, assim como pelo Ver. Gilberto Batista, no entanto eu gostaria que V. Exa. solicitasse à Comissão de Justiça um esclarecimento sobre a substituição de Vereador durante o período da Ordem do Dia. Não sei se já existe matéria ou uma disposição sumulada acerca do tema por momentos anteriores, mas ocorre-me que já fizemos esse debate em outros momentos. De toda forma, tem-se tornado uma constante a substituição do Ver. Antonio Hohlfeldt, justamente nesse horário, na Ordem do Dia. Solicito que isso possa ser respondido.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, agregando à Questão de Ordem formulada pela Vera. Maria do Rosário, solicito que seja esclarecido como ficam os honorários e vencimentos do Vereador que tira esse tipo de licença, no meio da Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Ele perde os honorários de hoje, e quem recebe é o seu substituto. Na nossa Câmara, quando um Vereador pede licença para tratamento de interesse o requerimento é votado em Plenário e ele perde o direito de receber os honorários mesmo que tenha exercido parte daquele tempo. Essa é a instrução que tenho, s.m.j.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Esclarecimento): Sr. Presidente, não são honorários, é salário que o Vereador recebe.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria esclarecer que eventualmente, quando o Vereador por questões particulares sai esse é um direito que o Regimento lhe assegura, ele o faz sendo substituído por um outro Vereador. O que não comporta nenhuma insinuação. A Bancada do PT é composta de 15 a 16 Vereadores que gradativamente eles circulam.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa não está aceitando a Questão de Ordem. Apenas quer dizer a V. Exa., que houve um pedido de esclarecimento e esse esclarecimento foi dado, após houve um pedido de esclarecimento do Ver. Fernando Záchia, que tinha razão em usar os termos corretos, é salário, não honorário. isso ficou claro, todo mundo ficou sabendo. Nós não podemos discutir sobre hipóteses, sobre entendimentos.

 

(Tumulto no Plenário.)

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já aconteceu isso com outra Bancada. Gostaria de colocar que, se não existe nenhum ônus para os cofres públicos, se existe essa prerrogativa para o Vereador ele deve usar. Não existe nenhum prejuízo aos cofres públicos, essa substituição.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa já esclareceu Vereadora e está sentindo que os Srs. Vereadores, em alguns momentos, não estão colaborando e passa a ser impraticável dirigir os trabalhos desse jeito. Cada um pega o microfone, pede uma Questão de Ordem e não faz Questão de Ordem, isso passa a ser uma falta de ética, de respeito ao que nós precisamos ter nesta Casa. Ou é Questão de Ordem ou não é. É esclarecimento, ou não é. Não dá para argumentar da tribuna, porque isso passa a ser uso indevido do Regimento, o Regimento não permite.

Tudo que foi pedido foi esclarecido devidamente nos seus mínimos detalhes. Nós estamos em processo de votação.

A Mesa não tinha conhecimento da inscrição do Ver. Luiz Braz, mas V. Exa. poderá usar a palavra. A Mesa não ainda não usou as suas atribuições na totalidade e começará a usá-las porque, se não houver respeito, fará com que haja.

 O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para encaminhar o Requerimento que pede Urgência para o PLE nº 56/97 .

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este pedido de Urgência feito pela Bancada Petista, para esse Processo, tem que ser analisado da seguinte forma por este Plenário: nós pretendemos, de alguma forma, viabilizar esse Shopping no Cristal e viabilizar a transferência dessas famílias para aquela região, estabelecida na Vila Nova, de acordo com o Projeto que está na Casa, ou nós não queremos isso. Eu acho que as coisas devem ser colocadas assim. Se nós queremos, existe um meio, que é viabilizar essa Urgência, formar a Comissão Conjunta, ela tem o funcionamento mais ou menos igual à Comissão Especial, ela tem poderes para chamar as partes que estão envolvidas no negócio, para discutir as questões e, depois de ouvidas as partes, nós poderemos, nesse prazo exíguo que temos, que é até o dia 15 de dezembro, votar essa matéria. Até o dia 15 de dezembro deveremos ter umas cinco ou seis reuniões, no máximo. Se não quisermos a construção do Shopping, se não quisermos que essas famílias sejam transferidas do Cristal, nós vamos, então, negar essa Urgência. Em negando essa Urgência, é claro que vamos atirar essa questão para o ano que vem, e eu não acredito que esse negócio possa ser viabilizado até o ano que vem.

 Essas questões foram colocadas para mim e achei-as muito claras. Existem uma porção de quesitos que devem ser esclarecidos com relação à transferência dessas pessoas para a Vila Nova. Nós temos que ouvi-las. Temos que resolver alguns problemas, para que sejam transferidas.

Mas, eu resolvi que quero participar dessas decisões, da resolução desses problemas e quero viabilizar que essas famílias possam ser, de uma forma ou de outra, transferidas. Sou favorável à construção do Shopping. Não estou mudando a minha idéia. Desde o início, sempre me manifestei favorável à construção do Shopping.

O grande problema é com os produtores de hortigranjeiros na Vila Nova. Ora, eu sugeri ao meu grande amigo João Dib que ele fosse o Relator dessa Comissão, para poder satisfazer uma das suas grandes exigências, que era com relação a essa Comissão Especial; ele tem razão, ele pediu uma Comissão Especial. Já que existem problemas a serem solucionados, que o Ver. João Dib possa assumir a relatoria dessa Comissão, ele fará com que as partes sejam ouvidas no tempo que temos à disposição e esse Projeto poderá ser votado.

Os Vereadores que consentirem não estarão aprovando o Projeto que possibilita a execução do Shopping. O que eles estarão aceitando é a possibilidade de resolver os problemas que foram apresentados e em se resolvendo esses problemas, se possa permitir que o Shopping seja construído e que as famílias sejam transferidas.

Nós tivemos em contato com as duas partes. Os moradores do Cristal também estão ansiosos pela solução do problema, porque eles querem ser transferidos. O problema deles não é para onde, mas já que ofereceram a Vila Nova, eles já elaboraram toda a planificação familiar com a Vila Nova e eles estão na expectativa de que nós votemos essa matéria.

A aprovação dessa matéria é outro problema, o que temos agora, nessa aprovação da urgência, que é justa, é solucionar o problema. Se somos contrários, vamos votar até o dia 15 contra a transferência dessas famílias para a Vila Nova, vamos deixar que a Prefeitura arrume outro destino para essas famílias e dê um outro meio para o pessoal do Shopping. Mas, se formos favoráveis, também teremos condições de colaborar, participar da solução dos problemas e votarmos essa matéria até o dia 15 de dezembro. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar o Requerimento de Urgência para o PLE nº 56/97.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a história se repete e verificamos, nesta Casa, a intenção de atropelar alguma coisa para satisfazer interesses, interesses, às vezes, legítimos, muitas vezes nem tanto. É de surpreender a posição do PT em relação a um empreendimento econômico que envolve vultosos investimentos, e não está ainda esclarecida a situação da Vila Nova. Há evidentes conflitos em relação ida para lá de determinadas pessoas do entorno do futuro Shopping. Assisti a debate na televisão onde foram colocadas questões fundamentais, inclusive de ordem econômica para Porto Alegre, como a questão da produção de produtos hortifrutigranjeiros. Seria prejudicada uma região que é o celeiro da Cidade de Porto Alegre. Sexta-feira havia muita gente aqui, os que irão, estão reivindicando a sua parte. Os conflitos são normais, mas acho que o Partido do Governo, que se tem como protetor dos excluídos e dos humildes, tem que, senão satisfazer tudo, o que, às vezes, é impossível, mas pelo menos ver se minimiza a situação. Eu não vejo solução nenhuma para a reação do pessoal da Vila Nova. Surpreendo-me com o Pedido de Urgência, quando um Vereador já havia pedido uma Comissão. Então que lhe fosse negada, naquele momento, essa instituição de comissão, ou que se explique que não há condição de essa comissão prosperar, porque há urgência de que se vote até o dia quinze essa questão.

Se ficarmos convencidos de que há essa necessidade da votação até o dia quinze, então nós nos curvaremos, mas pensei, em minha ingenuidade, já que correm outros interesses paralelos, que seriam considerados, em primeiro lugar, os interesses da Vila Nova; em segundo, os dos que serão transferidos e, em terceiro, os interesses econômicos, porque esta Cidade está cheia de Shopping. Por falta de Shopping é que a população não deixará de comprar. Eu já tenho a ordem das prioridades. Votarei contrário à urgência, penso que ela não é a favor de todos. Pode ser a favor de uma parte, legítima, tudo bem, essa é a democracia, só que não é a parte que eu pensei que o Governo defendia, é a parte privilegiada, é a do poder econômico forte, é a do shopping, é a da elite, não é a parte dos excluídos, porque esta não está dirimida, os seus interesses ainda não estão atendidos. Portanto, posiciono-me categórica e abertamente contrário à urgência. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta, com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar eu gostaria de dizer ao Ver. João Dib, com toda a transparência e tranqüilidade, que, de fato, houve um erro de nossa parte, da nossa Bancada e do nosso Governo. Não vejo problema algum, de forma absolutamente respeitosa, em reconhecer que não conseguimos também cumprir o prazo. Inicialmente previsto de entrega do Plano Diretor e desse Projeto à Casa, em respeito inclusive ao princípio da autonomia dos poderes.

Portanto, há oito anos quando negociamos com V. Exa. e com sua Bancada, naquela época, o compromisso de assumir, conjuntamente, a instalação de uma Comissão, não sabíamos, Ver. João Dib, e aí começa a minha divergência com V. Exa., que iríamos demorar o tempo que demoramos para construir as condições para que este Projeto entrasse na Casa, no tempo que entrou, que foi somente, agora, no dia 11 do mês passado. Portanto, havia, ao fazermos o acordo com V. Exa., sim, vontade política da Bancada e do Governo de agilizar o processo. Entretanto, me lembra, aqui, o Ver. Antônio Losada, nós tivemos de março até o presente momento, várias visitações, várias mobilizações e muitas reuniões de negociações, não só com a comunidade da Vila Nova mas também com as famílias que vão ser deslocadas, bem como com os próprios empreendedores, para equacionar dúvidas que quase colocavam em risco o próprio empreendimento. É, sim, no interesse do Município de Porto Alegre, a tentativa de viabilizar o empreendimento, assim como é do interesse da nossa Cidade viabilizar uma transferência de modo decente, com condições mínimas, acordadas, conforme termos de um acordo que foi feito, e é público, na nossa cidade, entre as famílias, através das suas representações, o Poder Público e a empresa empreendedora.

Portanto, Ver. João Dib, que não passe, não soe na sua voz como verdade que houve uma sacanagem, que houve má fé da nossa Administração, ou do nosso Prefeito, ou da nossa Bancada, em não estarmos podendo cumprir naquele prazo, que era em abril, o compromisso que corretamente havíamos assumido com V. Exa.. Estamos, por isso, tentando agilizar o processo. A proposta, preliminarmente colocada pelo Ver. Luiz Braz, de que V. Exa. seja o Relator, nós endossamos. V. Exa. poderia muito bem ser o Relator desse Processo, para que não paire nenhuma dúvida dentro da Câmara, bem como, também, para o conjunto da nossa sociedade, de que o Poder Legislativo não está se omitindo diante desta grande decisão que nós temos que tomar. Não é apenas se negando, gritando, que vamos encontrar as soluções para os problemas.

 Às vezes, temos que ter a coragem de nos expor, como este Vereador está-se expondo, ao fazer o Requerimento de Urgência, sem temor nenhum e com toda a transparência. Este Vereador, que, inclusive, na Comissão de Justiça, Ver. João Dib, teve que, depois de ter acordado com V. Exa., dar o despacho que deu para o seu Requerimento que solicitava a Comissão. Tudo por um entendimento político. Então, Ver. João Dib, pela amizade que tenho com V. Exa., aceito 50% da sua crítica, mas não posso aceitar os 50% restantes, porque este Vereador não trabalha com o método da ilusão, má-fé e da sacanagem. Estamos sendo absolutamente transparentes com esse Processo. Este Plenário, com vontade política, Ver. João Dib, terá a maturidade e a tranqüilidade de tomar uma decisão, se deveremos avançar na tramitação desse Processo ou não. Achamos que é o momento de avançar. Esse assunto já está na Câmara há quase um ano. Não é novidade. Estamos, agora, dando uma forma técnica. É um projeto simples? Não, não é. É complexo, mas, Ver. João Dib, todos estamos com parte da nossa razão já mergulhada nesse Projeto bem como estamos com parte da nossa razão mergulhada no Projeto do Plano Diretor.

Portanto, achamos que por este conjunto de razões, neste momento este Plenário não erra; pode tomar uma decisão que coloca uma outra condição para tramitação desse Processo que é criar a condição para que o conjunto das Comissões se debruce sobre a matéria e, assim, possamos fazer um amplo debate. Já fizemos, mediante acordo, a chamada de comunidades no âmbito das Comissões Conjuntas para que prestem depoimentos. Isso vai aquecer esse Processo. Não há problema algum. A nossa Bancada tem absoluta concordância com esse tipo de tramitação, para que não haja nenhuma dúvida e nenhuma ilação de que esse Processo está sendo tramitado a partir de interesses escusos que não os da Cidade de Porto Alegre.

Portanto, por estarmos com a consciência absolutamente tranqüila de que estamos cumprindo com a nossa obrigação enquanto agentes do Poder Público e tenho certeza de que o Prefeito também pensa assim é que estamos pedindo o apoio deste Plenário para a urgência deste Projeto. Muito obrigado.

                

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas.

O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar a prorrogação da Sessão por mais 2 horas.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pode parecer estranho que um Vereador venha encaminhar contrariamente a prorrogação dos trabalhos por mais 2 horas para dar continuidade aos trabalhos desta Sessão. Sessão que, de resto, não foi muito frutífera, não construiu muito, mas, de qualquer forma, eu me sinto lesado e, como tal, eu devo encaminhar contrariamente à prorrogação.

É possível que havendo uma prorrogação haja um melhor raciocínio, haja uma melhor consideração e nós tenhamos a convicção de que a solicitação feita, em primeiro lugar, devesse ser considerada, até porque, eu formulei uma Questão de Ordem que não foi respondida: o que aconteceria se aprovada, hoje, a urgência, amanhã fosse aprovada a Comissão Especial? E, no passado, quando em maio deste ano, eu fiz o mesmo pedido, foi solicitado que eu retirasse o Pedido de Comissão Especial para poder votar a urgência. Eu não sei por que a Câmara mudou. Então, talvez, com mais 48 horas, a Câmara possa ter mais um pouco de sensibilidade, o raciocínio se aclare, as irritações desapareçam, então, nós teremos a possibilidade da fazer justiça. Talvez, eu não tenha daqui a 48 horas, a mesma irritação que me trouxe a esta tribuna anteriormente, talvez eu tenha tempo de refletir, talvez eu tenha tempo de ficar mais brabo ainda.

Então já que nós discutimos a tarde inteira e não produzimos nada, eu não vejo por que prorrogar a Sessão por mais 2 horas. Eu sou um Vereador que chega no início da Sessão e sai seu término. Gosto da Câmara, gosto do Plenário, gosto do debate, mas, hoje, sinto-me contrariado, cansado, irritado, tenso, e acho, até, que a Sessão não deve continuar, até porque se desenha por aí um pronunciamento desnecessário, as posições estariam colocadas para o voto, o voto poderia ter sido realizado se não se pedisse prorrogação da Sessão; seria apenas colocar em votação e não haveria necessidade de pedir a prorrogação, mas como se desenham novos pronunciamentos, quando o PT já se manifestou e vai se manifestar outra vez acho que é muito bom que se encerrem agora os trabalhos desta Sessão. Não vejo razões, não vão acrescer nada de novo, não vão trazer nenhuma informação nova. Nem responderam a minha Questão de Ordem, então não vejo por que votar favoravelmente à continuação da Sessão.

Voto e encaminho contrariamente. No entanto, nada me impede que, do fundo do meu coração eu diga a todos, sem exceção, saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento da Mesa solicitando a prorrogação da Sessão por mais duas horas. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos dos Vereadores João Dib, Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Eliseu Santos, Pedro Américo, João Carlos Nedel.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de Urgência, do Ver João Motta.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero, também, e me sinto na obrigação em nome da Bancada do PT, de colocar que, de fato, como já disse o Ver. João Motta, quando discutimos o primeiro Projeto do Shopping Cristal, tínhamos solicitado que retirássemos a Comissão Especial à época para que quando viesse o segundo Projeto pudéssemos realizar a mais ampla discussão, como sempre tem sido praxe em todas as questões importantes da Casa.

É importante dizer que à época o objeto da discussão era o Jardim Urubatã. Havia uma grande controvérsia sobre a matéria. Os próprios moradores da Vila Campos do Cristal e outras vilas, como a Estaleiro Só, enchiam as galerias contra a Bancada governista em função do descontentamento quanto ao processo até então em curso quanto às casas e suas transferências.

O tempo foi maior do que esperávamos, apesar de eu haver dito em alto, claro e bom som que não poderia me comprometer com o prazo para vir o segundo Projeto, porque independia da minha vontade e que faria todas as gestões, em nome da Bancada do Partido, para que esse Projeto fosse encaminhado dentro do menor espaço de tempo. Assim fiz, cumprindo, portanto, o compromisso assumido, que era o de me empenhar para o envio do Projeto o mais rápido possível.

Quero dizer que, hoje, há uma situação de natureza bastante diferente. Primeiro, aqueles cidadãos que enchiam as galerias da Casa contra a solução que se estava esboçando, à época, hoje enchem as galerias a favor da solução que neste lapso de tempo se produziu.

Hoje os moradores das Vilas Estaleiro Só, Campos do Cristal e Foz estão plenamente satisfeitos e manifestam isso num documento que foi distribuído para os Senhores Vereadores.

As soluções encontradas foram, inclusive, com a participação importante das Bancadas da Casa que são: casas com 3,55 metros de frente e fundos, perfazendo um total de fração total do condomínio de 100m2. Uma solução bem melhor daquela que se esboçava no primeiro momento. Isso não para 400 famílias, mas, sim, para 716 famílias.

Ainda com abastecimento de água, rede pluvial, rede de energia elétrica , arruamento dentro dos padrões da SPM, esgoto, "playground", posto de saúde, kit de material de construção para as famílias que têm até cinco moradores. Além da casa ganharão mais um kit que lhes permitirão construir mais 10,65m2 excluída a metragem normal da casa. Isso para todas aquelas famílias com mais de cinco moradores e aquelas que moram, hoje, em casas com mais 50m2 receberão esse kit para construção adicional.

Então serão 716 famílias que vão sair de condições muito precárias - que nós conhecemos - para condições dignas e de qualidade de vida.

O empreendedor, pelo convênio, será obrigado a alargar a avenida Diário de Notícias entre a Chuí e Wenceslau Escobar, com canteiro central.

Fazer a segunda pista da Avenida Chuí com acesso ao Shopping Cristal. Corrigir e executar o processo geométrico na avenida Padre Cacique. Enfim, inúmeras obras urbanas importantíssimas para a Cidade. Ou seja, é sobre este acordo que estamos tratando da Urgência sem nenhum prejuízo ao mérito da questão na seqüência, porque, caso contrário, como cobrava o Ver. Nereu D'Ávila, se não votarmos a urgência, todos nós sabemos que para este ano legislativo a votação fica praticamente impossibilitada, isso significa não apenas impedirá que essas melhorias sejam feitas para aquelas 716 famílias, um investimento grande para a Cidade, como pode inclusive fazer com que o próprio investimento não seja realizado. Esta é a responsabilidade. Por isso estamos encaminhando favoravelmente ao regime de Urgência deste Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhores e senhoras que nos assistem neste momento pelo Canal 16. Como Vereadores, por muitas vezes, nos vemos em situações difíceis ao dar o nosso voto, para decidirmos favoravelmente ou contra alguma coisa. Neste caso, demos um voto de confiança para a Administração Popular no sentido de que este Projeto viesse beneficiar 716 famílias residentes no Estaleiro Só, Vila Campos do Cristal, etc. Naquela época, deixamos bem claro que o nosso voto era um voto de confiança ao nosso Prefeito Municipal Raul Pont e ao Partido dos Trabalhadores para que cumprissem com, já que não tínhamos Projeto nesta Casa, um Projeto firmado que nos desse condições para votarmos.

Então o voto foi de confiança no sentido de fazermos uma oposição construtiva e não uma oposição por oposição. Ouvi atentamente os Srs. Vereadores, inclusive quando o Ver. Dib encaminhou contra a continuidade desta Sessão, e acompanhei-o porque também gostaria de verificar melhor esse Projeto, assim como acredito terem pensado os demais Vereadores que também votaram contra a prorrogação desta Sessão. Votaram contra para ter mais tempo para pensar e dar o voto de forma consciente. E, sem dúvida nenhuma, as 716 famílias do Bairro Cristal merecem uma vida mais digna, e conheci o local quando das visitas em que pressionamos a empresa para a majoração dessas casas que serão dadas a essas famílias.

Queremos votar favoravelmente a esse câmbio de área, mas não dessa forma, porque gostaria de ter mais uma Sessão para estudar melhor esse Projeto e, inclusive, assegurar realmente essa majoração, porque até o momento só temos palavras. Hoje encaminharei contra esse pedido de urgência. Obrigada.

                                                    

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Estamos tendo nesta tarde uma discussão aprofundada acerca do andamento dos trabalhos na Casa neste final de ano legislativo. Em verdade, não fosse o apreço que tenho pelo Ver. João Dib, nem participaria dessa discussão. Parece que discutirmos se devemos ou não dar Urgência a uma determinada matéria é de certa forma uma incongruência.

 Inobstante, ouvi com atenção todos os Vereadores que me antecederam, desde a manifestação candente do Ver. João Dib que cobrava o cumprimento de um acordo que havia celebrado com a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Estou estabelecendo bem esse fato porque ouvi após o pronunciamento do Ver. Dib manifestações muito ponderadas, especialmente do Ver. João Motta em que o mesmo reconhece a existência desse ajuste e busca explicações acerca das razões pelas quais não está sendo cumprido esse ajuste entre o Ver. Dib e os integrantes da Bancada dos Trabalhadores, deixa de ser objeto do cumprimento pleno pelas razões que foram discorridas na tribuna pelo Ver. João Motta.

Nessa linha, Sr. Presidente, e raciocinando com equilíbrio, dado que aprendi com o Ver. João Dib que a raiva é má conselheira, fico altamente tentado a acompanhar a posição que me parece equilibrada do ilustre Ver. Luiz Braz, Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, que diante das confissões destes entendimentos, que repito não participei desses entendimentos anteriores que eram entre o Ver. João Dib e a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Então, diante do reconhecimento deste entendimento prévio e diante da declarada impossibilidade de se cumprirem os entendimentos anteriores, parece-me que a posição do Ver. Luiz Braz é até salomônica, é inteligente. Não podemos prescindir, na análise de um Projeto desta ordem, da participação plena do dedicado Ver. João Dib.

A idéia levantada pelo Ver. Luiz Braz, que deve ser colocada a toda Casa, e que hoje o Ver. João Dib - num dia de raiva - diz que não vai fazer, e que amanhã, como menos raiva, poderá fazê-lo, é indiscutivelmente uma solução de meio termo, inteligente, e até auxilia os que querem manter compromissos com os quais nós outros - que não participamos - nada teríamos a ver, mas que no entendimento salutar, inteligente e conseqüente de quem quer ver o Projeto bem analisado, entendemos que é um bom caminho.

Quero dizer honestamente que sou dos que entendem que os projetos e processos devem ser decididos, sempre que possível, com objetividade e com conseqüência. É lógico que existem alguns projetos que o Executivo envia para esta Casa nos trinta dias finais e que, pela complexidade, não podem ser discutidos e analisados por nós, como é o caso do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Mas, nessa matéria, me parece que o que falta, em termos de análise, é o arremate final. Não vamos passar o ano, no meu entendimento, discutindo se a coisa vai acontecer da forma como se desenha, ou se vão ficar os moradores da área beneficiária da mudança aguardando por mais noventa dias que digamos para eles para onde a casa deles vai ir.

 Sinceramente, entendo que a área que foi escolhida, na Vila, se eu sou o Prefeito da Cidade, se eu conduzo o processo, eu escolho as proximidades da Vila Restinga, que é o lugar natural para o estabelecimento desse grande número de novas moradias. Mas, não se discute hipótese, se discute fato concreto. Depois de um ano de discussão, o que está-se discutindo é se vai se deflagrar esse processo agora ou se vai se esperar o ano que vem. Pessoalmente, entendo que deva ser deflagrado agora. Por isso, entendo que a proposta intermediária do Ver. Luiz Braz deva ser sopesada após o Plenário decidir na sua soberania. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Motta, que trata do pedido de urgência para a apreciação do Projeto do Shopping Cristal, PLE nº 56/97.

Votação nominal por solicitação do Ver. João Carlos Nedel. (Após a chamada): APROVADO o Requerimento, por 22 votos SIM, 5 votos NÃO e 2 ABSTENÇÕES. Com Declaração de Voto.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.)

 

“Declaração de Voto

Como não é mais possível o adiamento do presente Requerimento conforme solicitação desta Vereadora, renovo meu voto de confiança em nosso Prefeito Municipal, Raul Pont, bem como no Executivo Municipal, no sentido de que venham a cumprir todas as promessas feitas às 716 famílias das vilas do Bairro Cristal"

 

(a)    Anamaria Negroni.”

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, aprovada a urgência, eu ainda não tive a informação do que ocorre com a Comissão por mim solicitada.

Eu ainda aproveitaria este momento, Sr. Presidente, para perguntar que troféu é esse que V. Exa. tem à sua esquerda.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. teria que perguntar para outro, porque este Presidente fica meio constrangido, mas recebi este troféu, oferecido pelo Jornal CS Zona Sul, como "Destaque Político de l997".

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, quando um Vereador se destaca, é a Casa que cresce. Meus cumprimentos, Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE: Ao agradecermos, na ocasião, nós transferimos a homenagem a todos os Vereadores e aos próprios funcionários. Muito obrigado.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver. João Motta, de que seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta da CCJ, CUTHAB e CECE o PLL nº 201/97.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa informa ao Ver. João Dib que, consultada a Diretoria Legislativa, e era também a compreensão que esta Mesa já tinha, que a Comissão Especial solicitada fica prejudicada em função do Requerimento de Urgência, aprovado por este Plenário.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu aceito a decisão da Mesa, mas com toda a inconformidade possível, até porque no passado se processou de forma diferente.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 3250/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/97, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Ivar Luiz Nunes Piazzeta.

 

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, IV da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 189/97. (Após chamada nominal.) APROVADO por 29 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2501/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/97, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Darcy Pereira Pozzi um logradouro público no Bairro Belém Novo.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL 152/97. Por solicitação do Ver. João Dib, a votação será nominal. (Após a chamada.) APROVADO o PLL 152/97 por 24 votos SIM.

Esta Presidência saúda a presença do Secretário da Saúde do nosso Município, nosso colega Vereador, licenciado, Henrique Fontana.

 

DISCUSSÃO GERAL

                 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2594/97 -  PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/97, de autoria do Ver. João Motta, que acrescenta Seção IX ao Capítulo I do Título IV - da Ordem Social e Cidadania - da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Cultura Indígena)

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 130 e seus §§, do

- Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em Discussão o PELO nº 02/97. Encerrada a Discussão, em 2ª Sessão, do PELO nº 02/97

 

DISCUSSÃO GERAL

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 3154/97 -  PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/97, de autoria do Ver. Décio Schauren, que altera o art. 82 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (quorum de maioria qualificada para alteração de denominação de logradouros).

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 130 e seus §§, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/97. O Sr. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse Projeto de autoria do Ver. Décio Schauren vem à discussão geral nos termos do art. 130, e seus parágrafos, do Regimento desta Câmara Municipal de Porto Alegre. Essa matéria já foi discutida anteriormente, eis que trata do quórum da maioria qualificada para alteração de denominação de logradouros. É mais ou menos uma mixagem entre as posições que o Ver. Luiz Braz vinha sustentando e aquelas que o Ver. Décio Schauren entendeu introduzir na discussão propondo essa Emenda ao Art. 82 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que forma ritos mais fortes para possibilitar a mudança de nomes dos logradouros da Cidade, mas se de um lado ela cria essas exigências maiores, de outro retira o engessamento que o atual art. 82 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre contém.

Em última análise, o que o Vereador buscou e conseguiu, eu até entendi mal a intenção do Ver. Décio, cheguei até a me manifestar contrário, foi dar uma maior clareza a redação do texto e colocá-lo de forma que ele possa ser expressamente apresentado e lido com tranqüilidade e segurança, sem controvérsias, ficando delineada as condições pelas quais pode ocorrer essa mudança de denominação de logradouros, o que estabelece que ao invés de se impedir, definitivamente, que isso ocorra, e criar mecanismos subsidiários, entre os quais a consulta popular era uma das colocações. Cria-se, então, um quórum especialíssimo para que ocorram essas modificações e nessas condições, transformarmos essa possibilidade de alteração, não em um fato rotineiro, mas um fato especial que só diante de condições muito especiais ocorrerá.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, vamos dizer que haja um caso especialíssimo a tal ponto que a homenagem que foi prestada a alguém seja retirada para prestar uma homenagem ao outro. A história da Cidade se faz aos poucos, denominando as ruas como foram denominadas e que, felizmente, em 1972 ou 1973, ficou proibida a troca de nomes. Nós temos ruas aí com nomes trocados, mas que o povo não aceita, por exemplo, a Rua do Arvoredo, Rua de Bragança, Rua do Rosário, Rua da Praia, etc. O melhor é manter os nomes que atualmente existem, é mais econômico para todos que moram nessas Ruas.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Hoje é possível, mediante determinadas condições, que haja alteração no nome de ruas, a Lei permite que isso ocorra. O que busca agora o Ver. Décio Schauren é que essa alteração permitida só possa ocorrer em determinadas circunstâncias e com tal grau de comprometimento do quórum que para ser alcançada deverá haver uma razão muito forte, que sensibilize dois terços dos integrantes desta Casa. É evidente que temos situações aqui em Porto Alegre que nem a vontade unânime do legislador é capaz de modificar.

Não seremos nós os trinta e três Vereadores desta Casa, que teremos a possibilidade de fazer uma lei que diga que a Praça da Alfândega não é Praça da Alfândega que o povo de Porto Alegre diz que é, nem que a Rua da Praia não seja Rua da Praia, porque o povo de Porto Alegre diz que é. Há algumas situações que convêm ser corrigidas e, se a Câmara agir com a cautela que a modificação da lei impõe, nós estaremos contribuindo para resolver determinadas situações que estão a merecer um exame melhor por parte do Legislativo, e, a partir deste exame, uma solução mais adequada. É por isso que eu ,que já fui antagônico ao Projeto do Ver. Décio Schauren, agora, com a maior tranqüilidade, venho à tribuna dizer que é um bom Projeto. O Ver. Luiz Braz me explicou, em detalhes, este Projeto. E, por ser um bom Projeto, é aconselhável que nós venhamos aprová-lo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol ): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, para discutir.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para quem encontra-se, nesta Casa, no exercício do Mandato Parlamentar, acerca de 10 anos, pode avaliar as inúmeras situações que já se viveu em torno de designação de nomes de ruas, sobretudo quando envolve alteração de um nome que já existe.

O que eu gostaria, particularmente, é que as ruas mantivessem as suas históricas designações. As designações que estão enraizadas na história da cidade. Infelizmente, a realidade é que isto não ocorre. A Rua do Arvoredo, hoje é Rua Fernando Machado; a Rua da Praia é, hoje, a Rua dos Andradas; a Oswaldo Aranha é a antiga Rua Campos do Bom Fim; a Presidente Roosevelt é a antiga Av. Eduardo.

Este Vereador é autor de um Projeto que, hoje, é Lei, na Cidade de Porto Alegre, que o Ver. Décio Schauren, como especialista nesta matéria, deve conhecê-lo, em que possibilita a colocação, nas placas designativas, da designação antiga da rua. Por exemplo, a Fernando Machado poderia ter a placa com designação, entre parênteses, do seu antigo nome, Rua do Arvoredo; Rua dos Andradas, antiga Rua da Praia. Aliás, isso até poderia ser feito por um Prefeito que tivesse essa preocupação. Isso foi feito há alguns anos com relação à Rua da Praia, mesmo sem lei, mas com a preocupação com o resgate da memória da Cidade fui autor desse Projeto de Lei que hoje é lei na cidade de Porto Alegre. Infelizmente, a providência não foi tomada pelo Sr. Alcaide Municipal. Não tenho tido grande sorte na implantação dessa idéia, que seria uma forma de estudo da história da Cidade pelos nossos jovens que conheceriam um pouco mais a história das ruas da sua Cidade.

Aliás, o Primeiro - Secretário da Secretaria Municipal do Meio Ambiente em uma célebre palestra referiu que o estudo de história nos cursos de primeiro e segundo grau deveriam começar com a história do particular da sua cidade e daí passar para a história do Estado, País e depois História Geral. Fizemos exatamente o contrário. Somos capazes de fazer a descrição de algumas epopéias dos fenícios, hebreus, gregos e muitas vezes ignoramos aquilo que aconteceu há 150 anos na história da nossa Cidade. Mas acredito no resgate da história.

De outra parte, Ver. Décio Schauren, e eu gostaria que Vossa Excelência intercedesse junto às autoridades públicas, já que estamos tratando da designação de nomes de ruas, que é a questão das placas de ruas da cidade de Porto Alegre. Existem centenas de ruas nesta Cidade sem designação. Na Zona Norte é uma verdadeira calamidade onde não se consegue divisar o nome da rua pela ausência de designações, idem no Partenon onde Vossa Excelência tem a sua base eleitoral, Ver. Cyro Martini.

Gostaria de dizer que o Projeto é uma posição correta de fortalecimento do Poder Legislativo pela inexeqüibilidade dos plebiscitos que estão largamente citados nos textos legais. A implantação da maioria qualificada dos Vereadores desta Casa para alteração de designação de rua é um bom caminho.

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Agradeço à Vera. Anamaria Negroni. Apenas gostaria de referir uma questão muito curiosa que, certa feita, já tivemos a oportunidade de enfrentar no cotidiano da nossa atividade parlamentar da designação de uma rua na Zona Sul com o nome do professor expurgado, vítima do arbítrio e da crueldade da ditadura, o Prof. Ernani Maria Fiori. Esta Casa o homenageou, há alguns anos, quando do restabelecimento do regime democrático nesse País, o Prof. Ernani Maria Fiori. Nós achávamos que lá não era o lugar mais adequado e conseguimos encontrar uma formulação legal de colocar ali, naquele redondo atrás da Reitoria, do Instituto Flores da Cunha a designação daquele largo de Ernani Maria Fiori, prestando uma homenagem a uma das maiores figuras da cultura rio-grandense, líder católico, filósofo e estudioso das questões nacionais, dos problemas da sociedade contemporânea.

Acredito, no entanto, que para esses casos específicos de adequação de designação de rua, avenidas e outros logradouros, que com essa medida do Ver. Décio Schauren de exigir um quorum qualificado, nós vamos resolver o problema de inúmeras ruas, que para adequá-las hoje, precisariam um plebiscito e nós sabemos que tecnicamente ele é inexeqüível. Mas, nesses casos mais delicados e problemáticos de alteração de nome de rua a maioria, normalmente, expressa o pensamento da razão, embora, às vezes, possa se equivocar, mas a maioria tem uma tendência a expressar o bom senso, não radicalismo e nem fanatismo. Infelizmente, alguns, por incrível que pareça, seria paradoxal, mas alguns ditadores foram ungidos pelas massas populares em determinadas circunstâncias. Isso aconteceu na história do Século XX, na história contemporânea.

Acredito que uma maioria qualificada, sustentada pelo Ver. Décio Schauren, de 22 Vereadores, dois terços dos Srs. Vereadores, vai-se constituir num caminho de solução de inúmeros problemas que enfrentamos de designação, até hoje pendentes em decorrência de um plebiscito previsto em Lei, na maior das boas intenções, quando fizemos isso na Constituinte Municipal de 1990 e que, no entanto, não se mostrou exeqüível.

Quando da votação, vamos votar favoravelmente a este Projeto que vai exigir também dois terços, porque se constitui numa alteração da LOM. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren está com a palavra.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Na verdade, esse Projeto de alteração da LOM foi apresentado em decorrência de outro Projeto apresentado pelo Ver. Luiz Braz para que se altere a legislação sobre a mudança de denominação de logradouros.

Hoje, a legislação existente prevê a realização de plebiscito. Sabemos que o plebiscito é tecnicamente inviável, tanto que nunca aconteceu. Não temos nenhum caso de plebiscito para alteração de nome de logradouro.

Entendemos que foi importante a iniciativa do Ver. Luiz Braz. Nós apenas discordamos da forma proposta pelo Vereador. Propomos um Substitutivo ao Projeto do Ver. Luiz Braz, discutido com o Vereador - e ele concorda. Está na Ordem do Dia, na pág. 07 e o que nós gostaríamos de fazer é solicitar ao Ver. Luiz Braz que o seu projeto fosse votado no mesmo dia em que for votado o projeto que altera a Lei Orgânica. Por que isso? Porque os dois projetos se completam. O substitutivo para alteração de nome de logradouros de autoria do Ver. Luiz Braz prevê que a população seja consultada e tenha manifestação favorável de dois terços dos moradores do logradouro. Nós propomos, identicamente, alteração da Lei Orgânica, prevendo que a alteração de nome de logradouro seja aprovado por dois terços dos Vereadores da Casa.

Então, quanto ao andamento de nosso Projeto, que ora está sendo discutido, está em terceira sessão de discussão geral. Na próxima sessão deverá estar na ordem do dia para a votação no primeiro turno. Depois, em outra sessão, ele será votado em segundo turno. Portanto, solicito ao Ver. Luiz Braz, que se hoje houver quórum para a votação do seu Projeto, o mesmo seja adiado afim de que possamos votar no mesmo dia da votação do Projeto que altera a Lei Orgânica, de minha autoria, que será, provavelmente, daqui a duas sessões.

Gostaríamos de registrar, também, que temos um acordo, pois tivemos trinta assinaturas favoráveis de Vereadores para alteração da Lei Orgânica e tudo indica que ele será aprovado. Queremos fazer este apelo ao Ver. Luiz Braz no sentido do seu Projeto ser votado junto com o de minha autoria, portanto, os dois Projetos juntos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é o que se poderia dizer um bom Projeto sob vários aspectos, porque ele resgata, até certo ponto, na própria lei, a importância da Câmara Municipal de Porto Alegre a responsabilidade dos seus integrantes posto que, se dois terços, maioria qualificada, não expressar e não representar a vontade da Cidade, indiscutivelmente eu não sei que mecanismos melhores se terá em mãos para concretizar a vontade e desenvolvimento da cidade de Porto Alegre.

Acho que o plebiscito é um instrumento importante, mas deve ficar reservado, a questões de nível regional ou nacional; a questão local, o seu cotidiano, o seu dia a dia parece-me que estão bem representados pelos mecanismos que possuímos, inclusive o Orçamento Participativo, mas fundamentalmente pela Câmara Municipal de Porto Alegre, porque ela é a vontade integral da Cidade, não é parcial e expressa todo esse mosaico social, ideológico que a Cidade possui. Quando se entrega uma decisão importante com a maioria qualificada acho que está se dando segurança e continuidade aos bons desempenhos que espera a população e a cidade dos seus representantes. Evidentemente, uma iniciativa que modifique logradouros públicos, seu autor e a própria Casa, o próprio autor que apresenta ele trará indiscutivelmente o lastro e o respaldo popular. Sou um Vereador já ingressado na V Legislatura e tenho tido oportunidade, quando trato de matéria desta importância, como nome de ruas, só o faço quando tenho autorização popular, mesmo que muitas vezes não venha expressa em abaixo-assinados, ou autorizações de outra forma.

Sempre procedi ouvindo a comunidade, ouvindo exatamente a rua, o entorno, até porque é o mínimo que se pode esperar de um representante que professa a defesa permanente da população da cidade de Porto Alegre. Uma vez aprovada a lei de autoria de V. Exa. nós vamos começar, evidentemente, a trabalhar com ela, e temos que ter cada vez mais clara essa responsabilidade. Toda e qualquer alteração que trouxermos nesse sentido haverá - pela responsabilidade que nos envolve - de trazer o lastro, o respaldo, a base popular, porque do contrário não estaremos procedendo pelo melhor ofício. E teremos pela maioria qualificada, pelos dois terços, a fiscalização; a presença da própria votação indica a sua densidade de responsabilidade. Quando fizermos qualquer alteração estaremos baseados na vontade inquestionável da população, dos moradores da rua e do entorno.

Concedo um aparte ao Ver. Décio Schauren.

 

O Sr. Décio Schauren: Entendemos que nós Vereadores temos um compromisso, uma responsabilidade muito séria com a história e a cultura da nossa cidade, que muitas vezes se expressa com a denominação de logradouros e por isso resolvemos tirar a questão do plebiscito, que tecnicamente se torna inviável, e seguir o rigor da lei, quer dizer, necessitando de maioria qualificada - dois terços - para alteração de nome de logradouros.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Incorporo o aparte de V. Exa. a minha manifestação e concluo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra para discutir.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta é uma discussão que nos atrai basicamente por duas razões. Uma delas é sempre ouvir a comunidade em questões pertinentes à denominação de ruas, especialmente no que diz respeito à substituição de nomes. De um lado, esse é um motivo relevante. De outro lado, a visão histórica levantada em pronunciamentos anteriores, também nos atrai sobremodo. Ouvir a comunidade no que se refere à substituição de um nome de logradouro, parece-me, por óbvio, algo correto, justo e inquestionável. Nós não podemos mudar abruptamente o nome de um logradouro sem motivo, contrariando a vontade popular.

Não há dúvida que, nesse caso, não se discute. A razão está no projeto. De outra parte, nos termos originais da Lei Orgânica, dadas as dificuldades para se desenvolver um plebiscito, evidentemente as dificuldades tornam-no se não impossível, extremamente difícil de ser realizado e oneroso que seria, sem dúvida.

 

O Sr. Antônio Losada: V. Exa.. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cyro Martini, vou aproveitar a oportunidade que V. Exa.. me dá para destacar a importância deste projeto, desta exigência de maioria para alterações de nomes dos nossos logradouros.

Ao longo dos anos, o que ocorreu por esse Brasil afora é o absurdo de colocar em ruas e praças nomes que não diziam respeito a nada da comunidade, às vezes nem da própria Cidade, que não tinham relação nenhuma com a vivência daquela comunidade. Então, acho que essa medida do Ver. Décio Schauren vem, de certa forma ,corrigir esse absurdo que ocorreu durante muitos anos. Hoje, as comunidades querem participar da sua identificação, da sua história e da sua memória.

 

O SR. CYRO MARTINI: Eu agradeço a aparte que veio, sem dúvida, tornar mais claro aquilo que eu queria dizer. Ademais, somando-se à denominação de rua, devemos também somar que a vontade do povo de Porto Alegre deve ser ouvida diretamente sobre outras questões, não só no Orçamento Participativo, mas em outras oportunidades. Quanto ao aspecto histórico, nós teríamos que desenvolver o raciocínio com mais atenção.

Historicamente, quando falamos em Rua do Arvoredo, Rua da Praia, rua da Graça, rua da Varzinha, rua da Passagem; as ruas do Centro, sem falar nas do Partenon, estamos falando numa história pretérita. Quando nós falamos em substituir nomes de ruas, estamo-nos referindo, por exemplo, às ruas que têm o nome de orquídea, por exemplo, nome encantador dado pelo nobre Vereador, na Lomba do Pinheiro, na Vila Viçosa, esse é um nome substituível.

Mas o aspecto histórico é interessante, não só pelos logradouros, mas ele também deveria ser examinado sob o ponto de vista da denominação de bairros. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não é de hoje, mas eu sempre fui contrário à qualquer mudança de nome das ruas da Cidade.

A primeira lei que proibiu mudança de nomes foi de minha autoria - a Lei Complementar Nº 3. E ela foi feita porque queriam trocar o nome do Bairro Cavalhada. Eu não entendia por quê, pois considerava um nome muito bonito. Eu até justificava: sou de Vacaria, e se alguém quiser trocar o nome da minha cidade, eu vou brigar.

Não vejo por que trocar nomes de ruas, de cidades, de bairros, porque esses nomes, um dia, mereceram a homenagem da Casa, ou, não sendo pela Casa do povo de Porto Alegre, por ato do Prefeito em determinados momentos.

Na proposição da Lei Complementar Nº 3, que deu razão a todas as outras que estão por aí, eu dizia que só se poderia mudar nomes se fosse para voltar ao nome antigo, mas isso por meio de um plebiscito.

Vejam o que o povo tem na sua memória: a Rua Mal. Floriano foi denominada assim em l982, mas há pessoas que ainda a chamam de Rua de Bragança. A Rua do Rosário é do tempo do Império, antes da República. Seu nome foi mudado para Vigário José Inácio. Se eu disser Rua Vigário José Inácio, muita gente não sabe onde fica.

Não posso entender que alguém todo-poderoso influencie 22 votos da Câmara Municipal. E fará isso, sem dúvida nenhuma!

A Rua de Bragança trocou de nome porque o Brasil deixou de ser um Império e passou a ser uma República. Colocaram, então, o nome de Mal. Floriano.

A Praça Conde D'Eu passou a ser Praça XV e às vezes não sabemos bem por que, é porque tinha que tirar o nome do Conde d'Eu, que era uma figura imperial e colocar a data da Proclamação da República.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Dib, V. Exa. acredita que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, com a sua trajetória, possa se dobrar diante dos interesses particulares de algum poderoso, de que irão dobrar a espinha dorsal desta Casa?

 

O SR. JOÃO DIB: Não é a espinha dorsal da Casa, Ver. Adeli Sell, mas acredito que cheguemos aos 22 votos. Se alguém, um dia, foi homenageado é porque merecia a homenagem e não tem por que tirá-la. Seria um desprestígio e um desrespeito àquela pessoa que, por alguma razão, foi homenageada, e até às vezes sem razão nenhuma, mas foi homenageada por lei, por trabalho desta Casa, pelo Prefeito da Cidade, e aí estão dezenas de ruas que mudaram de nome. Vejo que alguns fazem lei, outros tomam a iniciativa.

Um dia achei que também a Rua da Praia deveria ter restabelecido o seu nome, porque é Rua dos Andradas, e a mudança de uma rua pode representar milhões de reais para cartórios, para a população, para empresas, e pode acontecer isso. Na época procurei o GBOEX e pedi que fizessem as placas: Rua dos Andradas - homenagem aos Irmãos Andradas, antiga Rua da Praia. O GBOEX deu 20 placas, e também consegui placas para colocar na Rua Vigário José Inácio, antiga Rua do Rosário. Entreguei-as à Prefeitura, mas nunca foram colocadas, mas devem estar guardadas em algum lugar. São placas muito bonitas, de alumínio, e que poderiam ser colocadas.

    

O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, faço uma pergunta a V. Exa.: será que quando foram modificados os nomes dessas ruas, que tinham nomes importantes, foi seguido o mesmo processo que nós estamos propondo, o de ouvir dois terços favoráveis dos moradores, e dois terços favoráveis dos Vereadores da Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa.

 

O SR. JOÃO DIB: Obrigado, Ver. Adeli Sell. Eu quero dizer, Ver. Adeli Sell, que um dia eu entrei no gabinete do Prefeito Telmo Thompson Flores e ele estava desesperado porque queriam trocar o nome de Rua Sr. dos Passos. Eu afirmo a V. Exas que eu teria os 22 votos da Casa, não deu, mas teria. Eu já vi coisas acontecerem nesta Cidade. Eu, até, um dia quis homenagear um ex-Prefeito da Cidade e os seus familiares não concordaram com o lugar que eu escolhi e eu acho que escolhi muito bem. Um lugar que tem mil apartamentos, a coisa mais importante, ao nome que se dá a uma rua, é que esse nome seja levado para o mundo todo. E uma rua com mil apartamentos teria correspondências todos os dias, vinda talvez de tantos lugares diferentes do mundo, encaminhadas de diferentes lugares do mundo.

Então eu acho que se alguma razão houve e deram nome a uma rua, deve permanecer. Eu tenho um livro na minha mesa com centenas de nomes de ruas, datas em que foram colocados e inclusive aqueles nomes tradicionais, como rua do Arvoredo, que continua sendo assim chamada por muita gente, mesmo sabendo que é a Fernando Machado. Mas o mais importante é não trocar o nome de rua, porque houve um momento em que a pessoa homenageada recebeu os votos dos Vereadores. E aí, o Registro de imóveis, a Junta Comercial, tudo se faz em cima daquele endereço que ali está colocado. Aí nós trocamos o nome da rua e aí tem que ir no Registro de Imóveis, tem que ir na Junta Comercial, tem que buscar alvará novo na Prefeitura. É muito complicado. O mais correto é se alguém algum dia mereceu uma homenagem, que ela seja mantida por todos os tempos, porque é assim que se faz a história da Cidade. Não é mudando o nome das ruas que nós vamos fazer a história da Cidade. E quando se propõe a possibilidade de mudar, já está se dizendo: Tem gente que não merece a homenagem que recebeu, mas eu não sou ninguém para julgar.

No momento em que alguém entendeu, como hoje nós demos nomes de ruas, por unanimidade, de repente daqui a 5, 10 anos alguém diz: Não, não gostei do nome, vou trocar para outro nome. A história da cidade não se faz assim em volta de si mesmo, constrói-se dia-a-dia, mantendo a tradição, mantendo os costumes e não fazendo ruas aí que a população não aceita e nós tentaríamos impor.

Então, com todo respeito, eu vou votar sempre contrariamente a qualquer tipo de proposição no sentido de trocar nomes de ruas. Volto a dizer, se um dia escolheram aquele nome é porque razões tinham. Ninguém faz projeto de lei sem fazer uma exposição de motivos. A partir de 1936, a maioria das ruas foram determinadas por Decretos, Atos dos Prefeitos, os Intendentes da época, e, depois, por Lei da Câmara Municipal. Eu acho que não devemos trocar nomes das ruas da nossa Cidade. Viva Porto Alegre! Saúde e Paz! Muito obrigado.

                  

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para discutir o PELO 02/97.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando pensei nesse Projeto, eu estava querendo resolver um determinado problema que inviabilizava qualquer tipo de pensamento de troca de nome de logradouros porque a legislação atual, inclusive a nossa própria Lei Orgânica, remete para o plebiscito. Nós sabemos que o plebiscito é inviável dentro dos termos em que ele está proposto na atualidade. O Ver. Décio Schauren conversou comigo, trocamos idéias, e ele fez um trabalho muito bom. Ele aperfeiçoou aquela idéia inicial que nós havíamos colocado no Plenário. Esse aperfeiçoamento colocou mais dificuldades para que o nome de um logradouro público pudesse ser trocado por outro. Ora, a troca á altamente democrática e eu discordo do Ver. João Dib quando ele diz que o poder econômico poderá fazer com que esta Casa se curve.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu não falei poder econômico.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Nós temos aqui 22 Vereadores que deveriam, de uma forma ou de outra, se curvar ao poder econômico para essa proposta passar. Além desse grande poder ter que fazer com que esta Casa se curvasse, teria que fazer com que 2/3 da população residente daquele local também se curvasse. É uma coisa impossível, se não houver a vontade generalizada da população e desta Casa e, se houver, não há por que de não haver algum tipo de troca.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu devo dizer a V. Exa. que em momento algum eu falei em poder econômico. Eu citei o caso da Rua Senhor dos Passos e disse que, na época, se dobrariam 2/3 da Câmara. Mas, não pelo poder econômico.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Antes de virmos à tribuna, nós trocamos idéias e falávamos da possibilidade do poder econômico. Falamos fora da tribuna. Inclusive, falávamos da possibilidade de ser trocado o nome da Av. Ipiranga, que só não foi trocado porque a família que seria homenageada não concordou. A Legislação era outra.

Eu lembro que os moradores da Av. Ipiranga, na época, se comunicaram com esta Câmara dizendo que eram contrários. Então, nos termos que está sendo proposto o Projeto, aquela modificação de nome da Av. Ipiranga não passaria, porque não se conseguiria colher 2/3, para a troca do nome da Av. Ipiranga.

 

O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós entendemos que a maioria dos nomes que foram modificados durante a história de Porto Alegre e nós lamentamos, em alguns casos, que tenham sido trocados, eu tenho certeza de que, se seguisse o rito que está sendo proposto, de 2/3 de moradores favoráveis e 2/3 da Câmara favoráveis, muitos nomes não seriam trocados. Estamos levando a sério, a história da cultura de Porto Alegre se expressa nessas denominações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Está correto. Imaginem se 2/3 de um determinado local e mais 2/3 da Câmara chegarem à conclusão de que o nome daquele logradouro deve ser trocado. Não entendo por que não pode ser alterado esse nome já que a vontade é generalizada, aí está a democracia é a Câmara através da sua maioria qualificada dizendo que concorda e os moradores do local, que vão ser atingidos, dizer por sua maioria que também concordam. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez cumprimento o Ver. Luiz Braz pelo seu aniversário.

Antes de passar para outro orador preciso me afastar para receber o Secretário Municipal de Obras e Viação, Sr. Estilac Xavier, em visita a nossa Casa. Passo a Presidência para o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Com a palavra o Ver. Juarez Pinheiro.

    

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Parabenizo o Ver. Luiz Braz por duas razões, e a mim também: o Ver. Luiz Braz, pelo seu aniversário, e por ter tido a sensibilidade de atender o meu apelo e retirar o Art. 81 na discussão desse Projeto de Lei. Demonstrou nisso uma vocação democrática, inteligente pois sabia que mexia em questões importantes. Não é por nada que a esta altura da Sessão nós continuamos discutindo a matéria, porque o Ver. Luiz Braz teve essa sensibilidade, propiciando que aquele que trabalha melhor esse tema na Casa, o Ver. Décio Schauren, pudesse trazer-nos um substitutivo ao Projeto de Lei e também uma alteração na Lei Orgânica do Município que vai regular essa matéria de forma que não se impeça alteração e também não se possibilite, de forma irresponsável, essa alteração.

Faço uma apelo ao Ver. Luiz Braz e ao Ver. Décio Schauren, que verifiquem a possibilidade também de incluir, seja por Emenda de Líder nessas alterações, a questão dos bairros desta Cidade, porque para alterarmos o nome de um logradouro necessitamos agora de dois terços dos moradores e de dois terços do quórum de membros desta Casa. De acordo com o art. 8º, inciso 12 da Lei Orgânica, para mudar a denominação dos bairros da Cidade, ou seja, uma questão maior que a denominação de uma rua, nós ainda não temos essa exigência, e isso é possível com maioria absoluta, ou seja, dezessete Vereadores.

 

O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Registro que o Substitutivo da Lei que também está na Ordem do Dia de hoje, na verdade só é um Substitutivo de minha autoria porque algum Vereador tem que assinar; se pudessem fazê-lo dois Vereadores, tenho certeza de que também seria de autoria do Ver. Luiz Braz, porque discutimos esse Substitutivo em conjunto.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Esse é um gesto de fidalguia do Ver. Décio Schauren , o que é sua característica.

Ver. Luiz Braz, meus parabéns pela sua sensibilidade em aceitar e retirar o art. 81 desse Projeto e gerar agora um instrumento eficaz para alteração de logradouros.

Fica a V. Exa. e ao Ver. Décio Schauren a questão dos bairros, ou seja, eles ainda ficam com a possibilidade de sofrer alteração , se houver maioria absoluta. Nós já tivemos um episódio durante este ano que demonstra a possibilidade de que essa questão seja melhor regulada.

    

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É bom discutir uma determinada matéria com pessoas que têm boa vontade em colaborar para resolver problemas, como foi o caso da discussão que fiz com o Ver. Décio Schauren. A vontade desse Vereador era resolver uma questão. Não estávamos disputando quem iria apresentar ou não o Projeto, queríamos apenas encontrar uma solução que fosse viável e capaz de solucionar o problema. Penso que esse Substitutivo do Ver. Décio Schauren aponta o caminho mais razoável para resolver o problema. Vai ganhar Porto Alegre, vai ganhar a nossa legislação no geral com isso. Trabalhando assim conseguimos progredir.

 

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: A Associação dos Moradores do 4º Distrito já está apelando não a um Vereador, mas ao coletivo dos Vereadores desta Casa, para que uma das ruas mais tradicionais desta Cidade, ou seja, a Av. Eduardo volte a ter o seu nome original, como é conhecida. Muito obrigado.

                                        

 (Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscrições, declaramos encerrada a discussão do PELO nº 02/97, em 3ª Sessão.

Queremos avisar, mais uma vez, que, amanhã, dia 02-12-1997, às 16 horas, teremos uma Reunião da Mesa Diretora e Lideranças da Casa para resolver problemas, encaminhamentos, prioridades para este final de ano, para este mês de dezembro. São vários assuntos em preparação que precisam ser ultimados, ainda neste ano legislativo. Obrigado a todos. Não há quórum, estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h40min.)

 

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